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Primeiro-ministro insensível prossegue paixão pela austeridade

Primeiro-ministro insensível prossegue paixão pela austeridade

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“Duas confissões ficarão agarradas ao primeiro-ministro para o resto do seu mandato: a de que vai prosseguir a sua política custe o que custar e a da coincidência entre o programa do Governo e o programa de ajuda externa”, apontou o Secretário-geral do PS no debate quinzenal da Assembleia da República de hoje, ocasião em que criticou veementemente a insensibilidade social demonstrada reiteradamente pelo atual Executivo.

“Ao senhor pode-lhe custar pouco, pode-lhe sair até grátis, mas aos portugueses custa muito”, disse António José Seguro, evidenciando que “a receita que o senhor primeiro-ministro tem aplicado é reveladora da maior insensibilidade social”.

Depois de questionar Passos Coelho sobre as razões que o levaram a não falar na campanha eleitora aos portugueses sobre essa convergência com o programa da ‘troika', o líder socialista confrontou o primeiro-ministro com a nomeação de António Borges para acompanhar as privatizações, revelada numa entrevista de Passos Coelho ao semanário “Sol”, e criticou ainda o Governo por estar a aumentar de duas para sete as exceções de remunerações de dirigentes dos institutos públicos.

Depois, falou sobre uma desautorização do primeiro-ministro contida nas ordens que o diretor do CCB, Vasco Graça Moura, terá dado recentemente para não se aplicar na instituição o novo acordo ortográfico.

Frisando que Passos Coelho tem a tutela da Cultura e que a aplicação do acordo ortográfico é uma obrigação legal, Seguro disse que, “ou o senhor primeiro-ministro desautoriza o doutor Graça Moura ou foi desautorizado pelo diretor do CCB”.

Depois, clarificando que não aludira nem à competência nem à qualidade de Graça Moura, mas que o diretor do CCB “não está acima da lei, nem está acima das orientações de qualquer Governo”.

“E ao contrário do que o senhor primeiro-ministro aqui referiu, o doutor Vasco Graça Moura, segundo o ‘Público’, não mandou desinstalar do seu computador, mas retirou todas as ferramentas de todos os computadores de todos os que trabalham no CCB”, declarou, avisando que “o que esta aqui em causa é uma orientação contrária àquilo que está a ser aplicado pelo Estado português”.

Por fim, António José Seguro questionou Passos Coelho sobre a recente demissão da direção da RDP depois do fim da rubrica “Este Tempo”, de Pedro Rosa Mendes e outros quatro jornalistas.

“Quero que o senhor primeiro-ministro esclareça a esta câmara, quem decidiu acabar com o programa, quando decidiu e porquê”, interrogou Seguro, considerando que este caso pode ser um sintoma da falta de qualidade da democracia”.