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Primeiro-ministro esconde a realidade social

Primeiro-ministro esconde a realidade social

João Soares considerou “particularmente desastrada” a intervenção do primeiro-ministro relativa aos novos dados da execução orçamental.

O deputado do PS falou aos jornalistas no Crato, onde se deslocou hoje para apoiar o candidato socialista à Câmara Municipal, ressalvando que o discurso de Passos Coelho “acentua a imagem de completa insensibilidade social que ele tem vindo a revelar ao longo destes dois anos” e que dá a entender que “não tem consciência de que o país está a viver numa espiral de desemprego e de recessão absolutamente terrível”. João Soares acrescentou ainda que, da mesma maneira que o PSD apresenta candidatos “que escondem o símbolo do partido nos cartazes quando se apresentam nos vários concelhos, ele está a esconder a realidade social com que estamos confrontados”.

No que diz respeito ao rácio da dívida pública em relação ao PIB, João Soares lembrou que o Governo tem “um programa de execução orçamental estratégico, que foi apresentado em agosto de 2011, pouco depois de ter tomado o poder, em que apontava para um rácio de dívida em relação ao PIB abaixo dos 106%. Já estamos em 131% ou 132%. Isto é uma coisa absolutamente trágica”. No seu discurso, Passos Coelho indicou que o rácio da dívida pública irá baixar, atingindo 122% no final do ano. Ora, o deputado socialista considera que este discurso revela “insensibilidade social” e “incapacidade para compreender a realidade”.

Fazendo referência a D. António, Prior do Crato, que deu o nome ao local onde foi hoje apoiar a candidatura de José Correia da Luz à câmara local, João Soares disse que esta situação lhe lembrava “o exemplo histórico do Prior do Crato. No final do séc. XVI ele foi o primeiro a conseguiu fugir de Alcácer Quibir e a chegar a Portugal e depois desempenhou um papel extremamente relevante, ainda não suficientemente divulgado entre nós. Estes senhores estão a querer conduzir o país, do ponto de vista económico, financeiro e social, para um novo Alcácer Quibir. Só que agora não estamos no séc. XVI. Há mecanismos de contenção e de controlo que são as eleições democráticas. Portanto, eles têm que levar uma grande tareia nas próximas autárquicas para perceberem exatamente o que se passa e como estão a pôr o país”, alertou.