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Primeiro-ministro e Governo não estão isentos de crítica na resposta aos incêndios

Primeiro-ministro e Governo não estão isentos de crítica na resposta aos incêndios

Pedro Nuno Santos reivindicou, hoje, em Oliveira de Azeméis, que o primeiro-ministro deve assumir responsabilidades na gestão dos incêndios que a semana passada fustigaram o Norte e Centro do país, deixando nove vítimas mortais e um vasto rastro de destruição.

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Na visita que realizou, esta manhã, aos territórios afetados pelos fogos no distrito de Aveiro, o Secretário-Geral do PS confessou-se impressionado com a dimensão da área ardida em tão pouco tempo, pedindo que se retirem ilações do que aconteceu.

Disse mesmo que tanto Margarida Blasco como Luís Montenegro estiveram mal na resposta à catástrofe.

Para Pedro Nuno Santos, a atual titular da pasta da Administração Interna não esteve à altura das suas responsabilidades e saiu, por isso, “fragilizada” desta crise, na qual, no entanto, “há um limite na culpa da tutela”.

“O primeiro-ministro não está isento de críticas em todo este processo”, referiu o líder socialista, antes de tecer críticas à atuação de Montenegro neste processo, lamentando que o chefe do executivo tenha “ignorado outros fatores na origem dos incêndios, centrando-se apenas no fogo posto”.

“Hoje já podemos dizer algumas coisas que não correram bem, seja na atuação da ministra, seja na centralidade que o primeiro-ministro deu a um dos fatores [fogo posto], ignorando todos os outros, nomeadamente a prevenção e o combate”, vincou o Secretário-Geral, perante os jornalistas, em Macinhata da Seixa, Oliveira de Azeméis, onde visitou uma habitação consumida pelas chamas.

“Ouvimos autarcas do PSD, comentadores muito próximos do PSD a fazer a crítica à ministra. Mas a verdade é que as críticas aos ministros têm um limite a partir do qual a responsabilidade é de quem fez a escolha e de quem mantém. Essa responsabilidade é, obviamente, do primeiro-ministro”, frisou Pedro Nuno Santos, assinalando que “nos últimos 10 anos triplicou a detenção dos incendiários”, e que “este ano já houve muitas detenções e aplicação, mesmo, de penas muito altas a incendiários em Portugal”.

Reconhecendo que o crime do fogo posto “continua a ser um tema muito importante” no país, o líder do PS indicou, neste ponto, ser fundamental “olhar para além disso” se quisermos “garantir que, no futuro, temos menos área ardida, conseguimos controlar, evitar danos e perda de vidas”.

Lamentou depois que Luís Montenegro tenha estado “muito concentrado na punição, anunciando equipas que já estavam criadas e lançando suspeitas desmentidas pela Polícia Judiciária e pela GNR”, considerando também que, nos incêndios da última semana, “os alertas não foram suficientemente eficazes, não se encerraram atempadamente estradas”, tendo sido colocadas “muitas pessoas em risco de vida”.

Necessárias cedências do Governo nas negociações do Orçamento

Entretanto, e à margem desta deslocação pelos três distritos mais afetados pelos incêndios da semana passada, o Secretário-Geral reiterou aos jornalistas que o PS continua disponível para negociar com o Executivo e viabilizar o Orçamento do Estado(OE) para 2025.

Mas para isso, reafirmou, “será necessário que haja cedências por parte do Governo”, enfatizando desta forma que “não será por causa do Partido Socialista que não haverá orçamento”.

“Estamos disponíveis para viabilizar um OE do PSD. Obviamente isso implica cedências por parte do Governo. Nós vamos dizer onde queremos que essas cedências sejam feitas”, adiantou Pedro Nuno Santos.

E, sem “alimentar polémicas nem contribuir para a provocação infantil que o Governo acabou por fazer no domingo”, a propósito de uma troca de comunicados, o líder socialista remeteu mais detalhes para depois da reunião que tem agendada, esta sexta-feira, 27, às 15 horas, com o primeiro-ministro.

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