Primeiro dia de emergência marcado por espírito de solidariedade e civismo
No final da primeira reunião da Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, que engloba 12 áreas governativas, foi feito o acompanhamento das primeiras horas de aplicação do decreto que definiu as medidas de aplicação do estado de emergência, o levantamento das formas de articulação das diversas áreas e foram definidos mecanismos da sua monitorização permanente.
Eduardo Cabrita, que coordena a estrutura de monitorização, revelou que as forças de segurança tiveram “uma ação quase exclusivamente pedagógica, de esclarecimento e informação”. Foi necessário intervir pontualmente em alguns locais onde se verificou a aglomeração de pessoas e foram efetuadas sete detenções por crimes de desobediência, sendo um deles de violação do dever de confinamento.
O ministro da Administração Interna destacou “a forma tranquila como foi assegurado o pleno funcionamento das cadeias de abastecimento, designadamente do abastecimento alimentar e de outros produtos essenciais”.
As alterações nos espaços comerciais e de restauração “foram plenamente entendidas, quer pelos agentes económicos, quer pelos cidadãos que conseguiram, num prazo muito curto, adaptar o seu comportamento”, frisou.
O governante garantiu também que o Executivo irá monitorizar o funcionamento de todos os serviços públicos essenciais, como o abastecimento de água, de energia, de comunicações e recolha de resíduos, “de uma forma muito próxima”, assegurando o seu pleno funcionamento.
Grande operação de repatriamento
O ministro da Administração Interna asseverou que o Executivo está a proceder a “uma grande operação de repatriamento” dos passageiros de um navio de cruzeiros que foi autorizado a atracar em Lisboa, tendo os passageiros ficado confinados até à sua transferência para os aviões que os levarão aos seus países. Os passageiros portugueses já fizeram os testes para saber se estão infetados com o COVID-19 e aguardam o resultado.
Eduardo Cabrita falou depois na disponibilidade de empresas portuguesas e estrangeiras em fornecer equipamento de proteção, que será centralizada no Ministério da Saúde. As prioridades de entrega aos diversos serviços serão definidas pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
A Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, coordenada pelo ministro da Administração Interna, integra os representantes das forças e serviços de segurança, os secretários de Estado a indicar pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, pela ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, pela ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, pela ministra da Saúde, Marta Temido, pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque.