Presidente do Eurogrupo não tem a menor condição para se manter em funções
O ainda presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, “não tem a menor condição” para se manter em funções, reiterou hoje o primeiro-ministro português, António Costa, no Luxemburgo, onde se encontra em visita oficial.
Para o primeiro-ministro português, que falava numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo luxemburguês, Xavier Bettel, o ministro das Finanças holandês não tem a “menor condição” para continuar a exercer as funções como presidente do Eurogrupo, considerando António Costa que Jeroen Dijsselbloem já mostrou por diversas vezes que não é “capaz de ser um mobilizador”, acusando-o de ter sido ofensivo relativamente aos países do sul da Europa.
Segundo António Costa, a atitude que se recomenda a um presidente do Eurogrupo é que seja mobilizador e não “um fator de divisão”, como tem sido “por diversas vezes” Jeroen Dijsselbloem, referindo o primeiro-ministro português que, “pior do que ele disse” ao jornal alemão sobre os países do sul, são as explicações que posteriormente “tentou dar”, que demonstram, segundo o primeiro-ministro, que “ele não compreende o que fez e disse e como ofendeu profundamente os povos do sul da Europa”.
Lamentando que o político holandês nem sequer tenha feito o mínimo esforço para “se retratar das ofensas dirigidas aos países do sul”, António Costa lembrou que é primeiro-ministro de um país que “sofreu uma profunda crise nos últimos anos” mas que foi capaz de fazer um “esforço incrível” para reduzir o défice de 11,5% para 2,1% do produto em 2016.
Um país, como acrescentou, que apesar de ter “sofrido medidas de austeridade muito duras”, nem por isso deixou de ser “profundamente europeísta”, uma razão acrescida, como defendeu, para que não possa “tolerar” as declarações do presidente do Eurogrupo, sobretudo vindas de alguém que “nem sequer compreendeu o erro que cometeu”.
António Costa teve ainda ocasião de manifestar satisfação pelo apoio que o Governo português recebeu de quase “todos os parlamentares do Parlamento Europeu”, com exceção do grupo dos Liberais, do pedido de demissão de Jeroen Dijsselbloem, mostrando-se convicto que o ministro holandês vai mesmo abandonar o cargo, também, como acentuou, em consequência dos “resultados eleitorais”, que o seu partido obteve nas recentes eleições na Holanda.
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