Presidente disse aquilo que o secretário-geral do PS vem dizendo há um ano

O PS considerou que o Governo deverá respeitar a opinião do Presidente da República favorável à melhoria das condições de assistência financeira a Portugal e que Passos Coelho está cada vez mais isolado.

Segundo Carlos Zorrinho, Cavaco Silva disse “aquilo que o secretário-geral do PS, António José Seguro, vem dizendo há um ano, que Portugal precisa de mais tempo e de menos juros”.

“Isto só mostra uma coisa: Pedro Passos Coelho está cada vez mais isolado na sociedade portuguesa e na sua família política, porque dito isto pelo senhor Presidente da República também tem esse significado”, defendeu.

O líder da bancada socialista entende “que o Governo deve respeitar aquilo que é a opinião de um Presidente da República, ainda por cima um Presidente da República que foi eleito na sua área política e que é da sua família política”.

Revelou que o PS está disponível para discutir a reforma do Estado, “mas não confundimos reforma do Estado com a necessidade do Governo de tapar um buraco de quatro mil milhões de euros, que decorreu da sua má gestão orçamental e que acordou com a troika no segredo dos gabinetes. O PS só soube disso dois meses depois”.

Para Carlos Zorrinho, o Governo deve, em primeiro lugar, explicar aos portugueses “como vai resolver o problema orçamental”.

“No Parlamento, o PS está disponível para refletir e para fazer propostas sobre todas as áreas, mas não para discutir o corte de quatro mil milhões de euros, porque isso não é reforma do Estado, mas sim buraco financeiro decorrente das más políticas do Governo”, acrescentou.

“Não negociamos os quatro mil milhões de euros, não negociamos como se vai cortar os quatro mil milhões de euros, o PS [está disponível] para debater como o Estado pode ficar mais forte, mais eficaz e eficiente. O corte de quatro mil milhões de euros é um assunto do Governo, porque foi o Governo quem criou esse problema. Agora que o resolva”, sustentou.