Presidente da República lembra Mário Soares como um grande lutador pela liberdade
Falando no Palácio de Belém, o Presidente da República afirmou que Mário Soares nasceu e formou-se “para ser um lutador” e para ter uma “causa para a sua luta: a liberdade”, considerando que esse foi o “penúltimo combate” que travou.
Para Marcelo Rebelou de Sousa, resta agora a Mário Soares ser o “inspirador pelo derradeiro combate”, aquele em que “estamos e estaremos todos com ele”, pela duradoura liberdade com justiça social na “nossa pátria comum”, que o mesmo é dizer, acrescentou ainda Marcelo Rebelo de Sousa, o “combate pela imortalidade do seu legado”, que “iremos vencer”, porque dele “nunca desistiremos”, como “ele nunca desistiu” de um Portugal, de uma Europa e de um mundo livre.
Na sua declaração, Marcelo Rebelo de Sousa relembrou alguns momentos marcantes da vida política de Mário Soares, desde a sua presença “corajosa” ao lado de Humberto Delgado, a resistência a partir do exílio, a chegada a Santa Apolónia, o discurso na Fonte Luminosa, em Lisboa, mas também o célebre debate televisivo com Álvaro Cunhal, sem esquecer, como sublinhou, “a sua disponibilidade” para servir como primeiro-ministro em “duas crises financeiras graves” ou a tenacidade que demostrou no termo da primeira volta das presidenciais de 1986.
O Presidente da República lembrou ainda o “calor irrepetível” nos vários encontros que foi mantendo com os portugueses nas presidências abertas, a “alegria que punha” no diálogo com as gentes da cultura e o sonho que sempre manteve de um Timor-Leste independente, recordando ainda a presença de Mário Soares na manifestação contra a intervenção no Iraque.
O ex-Presidente da República e fundador do PS foi para Marcelo Rebelo de Sousa, “acima de tudo”, um “lutador pela liberdade”, não só em Portugal, como fora das fronteiras nacionais, alguém que nunca virou a cara à luta pela liberdade, nos anos “conturbados da revolução”, fazendo sempre ouvir a voz do partido que liderou, quer no parlamento português, quer no parlamento europeu, nunca deixando de lutar por uma Europa das pessoas e da solidariedade.
O chefe de Estado lembrou ainda o papel relevante de Mário Soares na defesa da democracia, ao ter, entre outras iniciativas, votado favoravelmente a Constituição da República Portuguesa, que se “revelou determinante para a criação da nossa democracia”, sem esquecer o empenho decisivo que teve no pedido de adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), ou ainda a sua contribuição para a criação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).