Isabel Oneto começou por afirmar, durante o debate com a presença do Governo sobre o estado da União, que, “a esta distância, e contra as críticas e dúvidas insistentes da oposição, a presidência portuguesa pôde contribuir de forma decisiva para as novas etapas da Europa consubstanciadas no discurso e na carta de intenções que antecipou o programa de trabalhos da Comissão Europeia para 2022”.
No domínio da saúde, foi na presidência portuguesa que “foram dados os primeiros passos no projeto da construção de uma União Europeia de saúde e que há duas semanas viu concretizada uma das suas principais componentes, nomeadamente o lançamento da autoridade europeia de preparação e resposta a emergências sanitárias”, apontou.
“Foi aprovado em tempo recorde o certificado digital Covid da União Europeia, o que permitiu à presidente da Comissão Europeia, no seu balanço sobre a União, congratular-se por terem sido emitidos milhões de certificados em toda a Europa”, mencionou a socialista.
“Mais importante ainda”, foi Portugal que iniciou “um processo de vacinação chegando aos dias de hoje com 70% da população adulta europeia vacinada e encontrando-se Portugal a atingir a meta de 85%”. De acordo com Isabel Oneto, este facto “permite à Comissão Europeia colocar agora, como primeira prioridade no seu programa, a aceleração da vacinação a nível mundial, uma vez que a União Europeia dispõe de 1.800 milhões de doses adicionais garantidas para quando for necessário administrar doses de reforço para nós, europeus, mas também para a nossa vizinhança”.
Isabel Oneto destacou em seguida a parte do discurso em que a presidente Ursula von der Leyen designou de “boa notícia” o programa Next Generation EU, que permitirá “investir tanto na recuperação a curto prazo como na prosperidade a longo prazo”.
“Em boa hora a presidência portuguesa colocou como sua primeira prioridade a resiliência da Europa assente em dois planos – o da economia e coesão social, de um lado, e do outro o plano dos valores, pois foi sob a presidência portuguesa que logo em fevereiro o primeiro-ministro assinou a aprovação formal do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, permitindo que hoje por toda a União sejam financiados os planos nacionais de recuperação dos Estados-membros”, salientou.
A deputada do Partido Socialista sublinhou ainda “a lição que a presidente da Comissão refere no seu discurso sobre o estado da União: o esforço financeiro feito para apoiar trabalhadores, famílias e empresas europeias para suster a crise económica e social decorrente da pandemia provou que é este o caminho e não o da austeridade, do desemprego, dos cortes salariais para que a crise das dívidas soberanas nos empurrou e que só recuperámos oito anos depois”. “A própria Comissão Europeia reconhece que, afinal, havia alternativa”, vincou a parlamentar, dirigindo-se a todas as bancadas.