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Prémio PSC: António Costa alerta para ataque da direita e do populismo aos valores europeus

Prémio PSC: António Costa alerta para ataque da direita e do populismo aos valores europeus

O projeto europeu, baseado em valores como a “solidariedade, a coesão social e de maior abertura ao mundo”, está hoje, de acordo com António Costa, “sob ataque” do populismo, lamentando que a direita europeia tradicionalmente mais moderada esteja a ficar condicionada pelos extremismos.

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António Costa, Partido Socialista da Catalunha

O primeiro-ministro, António Costa, esteve no passado sábado em Barcelona, onde foi receber o Prémio para os Valores Europeus do Partido Socialista da Catalunha, estrutura regional do PSOE, um prémio que permeia uma “referência da esquerda europeia e do europeísmo”. Uma oportunidade que o chefe do Governo aproveitou também para, de novo, alertar para a preocupante subida do populismo da extrema-direita na União Europeia, referindo ser este um fenómeno que reúne todos os condimentos políticos para pôr em causa a democracia e lamentando que os partidos da direita democrática se estejam a deixar inebriar pelos pensamentos extremistas.

Para António Costa, perante a crescente “ameaça global” do populismo de direita, a resposta dos democratas europeus, sobretudo dos socialistas, “para garantir a paz”, terá de passar, inevitavelmente, por “mais solidariedade, investimento em inovação, emprego, no reforço dos laços da União Europeia com os restantes continentes e no alargamento do bloco comunitário a países como a Ucrânia e aos Balcãs ocidentais”.

Os populistas, referiu ainda António Costa, “alimentam-se do medo, enquanto nós, socialistas, temos de alimentar a Europa da confiança”, justificando que, perante os “receios, a ansiedade e as incertezas” que os desafios da globalização colocam, como a “transição digital e climática ou a ameaça da guerra”, a resposta que os democratas de esquerda têm de dar “não pode passa pelo discurso do medo”, mas por políticas que “reforçam a confiança”, sendo esta, como assinalou, de momento, a “grande diferença que separa a esquerda das direitas europeias”.

António Costa invocou depois os antigos primeiros-ministros de Portugal e de Espanha, Mário Soares e Felipe González, para sublinhar que sempre estiveram na primeira linha na defesa dos valores europeus da “igualdade, solidariedade, dignidade humana, democracia e respeito pelos direitos humanos”, pressupostos, como insistiu, que “sempre coincidiram verdadeiramente com o ADN dos socialistas”, lembrando, uma vez mais, que a integração europeia “foi o grande desígnio da geração que liderou nos dois países ibéricos as respetivas transições democráticas”.

Legado dos governos socialistas

Centrando depois a sua atenção na atualidade, António Costa fez questão de valorizar o legado europeu deixado até agora pelos governos socialistas de Portugal, por si liderado desde 2015, e de Espanha, desde 2018, com Pedro Sánchez como primeiro-ministro, destacando que foram períodos de “viragem da página da austeridade, de crescimento económico e de contas públicas equilibradas”.

Passos decisivos, como acrescentou, que foram acompanhados “pelo avanço do alargamento da igualdade”, mas também “pela vanguarda do combate contra as alterações climáticas e com novas estratégias de investimento público nas energias renováveis”, lembrando que este investimento permitiu, durante a crise energética de 2020 e 2023, apresentar uma “solução ibérica” para os preços da eletricidade, que hoje ainda constituiu “uma referência para o debate da reforma do mercado europeu”.

Olhar o futuro

Para o futuro, que António Costa aconselha que não seja muito longínquo, a União Europeia terá de avançar com uma consistente abertura ao mundo, especialmente em relação à América Latina, mas também a África, espaços, como assinalou, em que os dois governos ibéricos desfrutam de antigos laços históricos, reiterando que a defesa do acordo comercial com o Mercosul é decisiva também para o futuro da Europa.

Houve ainda tempo, nesta cerimónia, para se ouvir os rasgados elogios do líder dos socialistas catalães, Salvador Illa, ao primeiro-ministro português, considerando-o um “europeísta com um percurso marcado pelo diálogo e pela capacidade de fazer acordos numa trajetória exemplar”, garantindo que António Costa deixa “uma mensagem potente para os outros países e regiões, como Espanha”.

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