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Portugueses recuperaram confiança na democracia e na economia

Portugueses recuperaram confiança na democracia e na economia

“O Governo contribuiu para a recuperação da confiança dos portugueses através de mais crescimento, mais e melhor emprego e mais igualdade”. Foi desta forma que António Costa acentuou o balanço dos três anos de governação socialista, em conferência de Imprensa na sexta-feira, no Porto, destacando também, a par da recuperação da credibilidade internacional do país, a construção de uma solução política e governativa que dinamizou a democracia portuguesa.
Portugueses recuperaram confiança na democracia e na economia

“Isso contribuiu decisivamente para afirmar uma alternativa e demonstrar que é possível governar de forma diferente tendo melhores resultados”, afirmou o líder do Executivo socialista, sublinhando que o alargamento da representação dos portugueses na ação governativa reforçou a confiança nas instituições democráticas.

“Se compararmos os dados do Eurobarómetro sobre a satisfação dos portugueses com as instituições democráticas, entre 2013 e 2018, vemos uma evolução francamente positiva de 15 para 75 por cento”, referiu.

Ao mesmo tempo, continuou, houve um reforço da confiança dos portugueses na União Europeia. “Hoje somos o segundo país da Europa com maior confiança na União Europeia – só a Lituânia nos ultrapassa – com uma evolução, entre 2013 e hoje, que subiu da casa dos 20 para 57 por cento”, frisou.

Para o primeiro-ministro, o caminho encetado há três anos mostrou que, ao contrário do muitos vaticinaram, era mesmo possível “virar a página da austeridade com responsabilidade, com equilíbrio, mantendo as contas certas”, sem abandonar os compromissos europeus.

“Somos o segundo país com a mais acentuada redução do desemprego e o terceiro país da zona euro na atração de investimento direto estrangeiro. Por isso, julgamos que vamos no bom caminho, demonstrámos que tínhamos boas políticas e, sobretudo, os resultados demonstram que elas foram escolhas acertadas”, acrescentou.

“Aquilo que temos agora de fazer é dar continuidade às boas políticas que têm dado bons resultados para podermos continuar a melhorar o rendimento das famílias, as condições de investimento por parte das empresas e a qualidade dos serviços públicos em Portugal”, apontou.

Neste balanço, António Costa fez também questão de referir os momentos que considerou como os mais difíceis da governação, enumerando o caso do desaparecimento de armamento na base militar de Tancos, causador de “perplexidade” e sobre o qual “se aguarda um esclarecimento cabal”, e sobretudo as tragédias dos incêndios em junho e em outubro de 2017: “Foram momentos dramáticos para a vida do país e, seguramente, não desaparecerão da memória de ninguém e, em particular, da minha até ao fim da minha vida”.

Executivo teve maior eficácia com base nos acordos parlamentares

Abordando ainda a ação do seu Executivo, o primeiro-ministro sustentou a ideia de que o Governo foi eficaz tendo como base o compromisso resultante dos acordos parlamentares com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, considerando que as diferenças e a evolução entre os partidos não aconselham ainda o avanço para a formação de um Governo conjunto, referindo, a propósito, o exemplo observado no anterior Executivo PSD/CDS.

“Para quem tenha lido o último livro do professor Cavaco Silva, terá verificado que a solução coligativa anterior teve muitas crises e esteve várias vezes para acabar, porque, os partidos, estando juntos no Governo, tinham uma enorme tentação de disputar o eleitorado um do outro. Isso é um erro”, vincou.

Sem descartar a possibilidade futura da relação entre os partidos da maioria parlamentar de esquerda poder evoluir para um “grau de proximidade maior”, António Costa advogou, avisadamente, que “quando as coisas estão bem, o melhor é continuarem como estão”.

“As grandes qualidades da atual solução de Governo passaram por cada um ter sido capaz de respeitar as diferenças dos outros. Não andarmos aqui com um a pretender crescer à custa do eleitorado do outro – e isso constituiu um enorme fator de estabilidade”, argumentou.

Três anos de governação próxima dos portugueses

O XXI Governo Constitucional liderado pelo Partido Socialista, com o apoio da maioria parlamentar de esquerda, tomou posse a 26 de novembro de 2015, faz hoje três anos.

Para assinalar a data, o Executivo de António Costa agendou um programa de iniciativas ao longo desta segunda-feira, escolhendo o distrito de Braga para o efeito.

Da parte da manhã, teve lugar uma sessão, na Reitoria da Universidade do Minho, na qual os membros do Governo responderam diretamente a perguntas colocadas por um painel de cidadãos, com transmissão em direto no portal do Governo e nos canais do Governo no Youtube e Twitter.

As perguntas foram elaboradas por docentes, alunos e ex-alunos desta Universidade, de diferentes áreas científicas, contando com a coordenação dos professores Luís Aguiar-Conraria (Economia), Sandra Fernandes (Ciência Política), João Rosas (Filosofia), Helena Sousa (Ciências da Comunicação) e Pedro Morgado (Medicina).

Durante a tarde, os membros do Governo deslocaram-se a vários concelhos do distrito de Braga, para participarem em ações públicas de relevo no âmbito da respetiva área governativa, que materializam medidas concretizadas ou em concretização.

Tal como aconteceu nos dois anos anteriores, o Governo do PS cumpre uma das medidas do seu programa destinada a melhorar a qualidade da democracia, reforçar os mecanismos de participação cívica e aumentar o escrutínio das instituições públicas pelos cidadãos: o compromisso de avaliação anual do cumprimento das promessas presentes no Programa do Governo.