Na audição parlamentar na Comissão dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas, que teve lugar esta terça-feira na Assembleia da República, o ministro Augusto Santos Silva fez um balanço sobre as atividades realizadas no âmbito da estratégia de internacionalização da língua portuguesa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que o português é ensinado nos currículos nacionais de 33 países e que a língua é objeto de estudos em outros 76 países, acrescentando que, em 2020, havia 53 cátedras em funcionamento, 51 leitorados e 83 centros de língua portuguesa do Instituto Camões.
No âmbito desta política de promoção e divulgação da língua portuguesa, existem atualmente dezenas de milhares de alunos que estão a estudar português em todo o mundo, sublinhou o ministro, apontando o exemplo do Senegal, Uruguai e China, onde o interesse por aprender português tem sido “bastante significativo”.
Perante os deputados, Augusto Santos Silva destacou a segunda edição do Dia Mundial da Língua Portuguesa, assinalada a 5 de maio, após consagração pela UNESCO em novembro de 2019, no âmbito da qual foram realizadas mais de 150 iniciativas em cerca de 50 países.
Esta segunda edição resultou da cooperação das redes do Instituto Camões e da diplomática portuguesa, bem como embaixadas de outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Conforme o responsável da diplomacia portuguesa lembrou no Parlamento, a consagração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, com caráter mundial, resulta da iniciativa do embaixador de Portugal na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), António Sampaio da Nóvoa.
“É a primeira língua fora das seis oficiais da ONU a receber a distinção, e a segunda edição mostrou a relevância da efeméride e a progressiva consolidação” da língua portuguesa no mundo, que é falada por 260 milhões de pessoas, salientou Augusto Santos Silva.
O ministro reforçou o desafio lançado aos estabelecimentos de ensino superior em 2020 no sentido de promoverem cursos de verão com o objetivo de promover a “internacionalização do português”, ao qual aderiram as universidades de Aveiro, Minho, Nova de Lisboa e do Porto; às quais se juntou este ano a Universidade de Lisboa.
“Esta efeméride foi também um momento para valorizar a estratégia da internacionalização do português, tendo em conta também a Linha de Apoio às Traduções e Edições (LATE) de obras das literaturas da CPLP ou para traduções para o estrangeiro de obras em língua portuguesa”, disse o governante.
O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou que, em 2022, Portugal será o palco de três festivais literários, além dos eventos que irão ser realizados em Leipzig (Alemanha), em São Paulo (Brasil) e em Lima (Peru), os quais vão certamente para consolidar e desenvolver a política de promoção da língua portuguesa no mundo.
