Portugal vai ser o primeiro país da União Europeia a dispor de um centro de formação exclusivamente dedicado à economia social. O futuro centro está enquadrado no Plano de Ação Europeu para a Economia Social, e constitui uma das medidas inscritas no Compromisso Social do Porto, assinado em maio de 2021, no Porto, durante a presidência portuguesa da União Europeia.
A assinatura do acordo de formação profissional e qualificação da economia social, decorreu esta terça-feira, em Lisboa, numa sessão presidida pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Para Ana Mendes Godinho, tratou-se de “um dia histórico, mas é também um dia de enorme esperança”.
“Nós temos procurado, em conjunto, responder à emergência e à urgência, mas também responder e acelerar o investimento estrutural e social. Ganhámos todos uma legitimidade acrescida para investir socialmente nas fragilidades que temos e acelerar o investimento social para responder aos enormes desafios que temos como país”, disse.
“A economia social é a nossa área de intervenção na sociedade em que o capital são as pessoas”, acrescentou a governante.
Ana Mendes Godinho salientou ainda o “papel determinante da economia social na resposta à pandemia”, bem como os investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e no Programa PT2030.
A governante destacou o peso e a importância que a economia social encerra para o país, ao empregar mais de 6% da população e ao acrescentar 3% ao Valor Acrescentado Bruto do País.
“A economia social emprega mais de 6% das pessoas em Portugal e representa mais de 3% do VAB [Valor Acrescentado Bruto] da economia portuguesa. Estamos aqui a falar de uma transversalidade que é um motor determinante nesta recuperação e no que deve ser o momento de viragem do ponto de vista de mobilização social para construirmos uma nova ordem para o bem. Acredito muito na economia social, em que o valor das pessoas está em primeiro lugar”, tal como os valores “da cooperação, da democracia, da solidariedade e da igualdade”, afirmou a ministra.
Cinco centros de formação
O futuro centro de formação para a economia social irá ficar instalado na cidade da Guarda e será gerido no âmbito de uma entre o IEFP, o Centro de Estudos Ibéricos da Guarda e a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES).
Este centro de formação é um dos cinco centros consagrados no protocolo celebrado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um investimento previsto de cerca de 60 milhões de euros.
Dois dos centros, em Lousada e Odivelas, serão geridos diretamente pelo IEFP, sendo que os restantes três centros vão ter a gestão de parceiros em áreas de competências específicas e consideradas prioritárias, designadamente no domínio da economia social (Guarda), transição digital e transição verde.