Portugal vai investir 15 milhões no Observatório do Atlântico
Participando na conferência “Our Ocean”, organizada pela União Europeia, encontro centrado no anúncio por países e instituições de compromissos efetivos de proteção e utilização sustentável dos oceanos, Ana Paula Vitorino lembrou que Portugal ao se propor avançar com a construção do Observatório do Atlântico, que terá a sua base nos Açores, está também pelo seu lado a contribuir para a criação de um centro de conhecimento que terá uma “rede de partilha de dados”.
Garantindo que uma das premissas, que o Executivo português assume com a criação de um centro de conhecimento sobre o oceano profundo, é que a investigação ali produzida se “torne sistemática e de âmbito internacional”, produzindo regulamentação, nomeadamente, para a aplicação efetiva da convenção internacional sobre águas de lastro, destinada ao “controlo de poluição e da introdução de espécies invasoras que viajem nos porões dos navios”.
A assunção deste e de outros princípios por parte de Portugal já valeu o interesse de vários países em querem participar nos futuros trabalhos do Observatório do Atlântico, salientou a ministra do Mar, dando o exemplo de países como o Canadá, a Noruega, a China e de alguns países lusófonos.
Os cerca de 15 milhões de euros que serão investidos nesta infraestrutura, onde Portugal pretende promover a investigação do oceano profundo, e “gerar conhecimento sobre o que existe, mas também sobre os impactos negativos”, como lembrou a ministra do Mar, serão essencialmente gastos em equipamentos para o observatório, nomeadamente para o “processamento de dados”, existindo já, como anunciou a governante, recursos como “navios e veículos submarinos operados remotamente”.
Duplicar as zonas marinhas protegidas
Portugal está ainda “particularmente interessado” no aproveitamento de “recursos biológicos”, designadamente em relação aos “novos compostos úteis para a medicina”, referiu ainda Ana Paula Vitorino, reconhecendo que neste particular “há ainda um grande trabalho de investigação a fazer”, não deixando contudo de reiterar que o objetivo de Portugal é integrar o conjunto de países que subscrevem o objetivo da ONU que estabeleceu como objetivo global que até 2020 as áreas marinhas protegidas representem 10% da superfície dos oceanos.
A este propósito ministra Ana Paula Vitorino acrescentou ainda que o objetivo de Portugal é duplicar até 2020 para 14% a área de zonas marinhas protegidas.