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“Portugal tem um problema de défice externo, cuja maior fatura é precisamente os …

“Portugal tem um problema de défice externo, cuja maior fatura é precisamente os …

O PS criticou hoje a decisão do Governo de aumentar os transportes públicos em 15 por cento, considerando que incentivará o uso do carro e agravará o défice externo, através do aumento da fatura dos combustíveis.

 

 

A posição dos socialistas, transmitida pela deputada Ana Paula Vitorino, foi comunicada depois de o Ministério da Economia ter confirmado que haverá um aumento médio de 15 por cento nos preços dos bilhetes e passes sociais.
Ana Paula Vitorino disse que a decisão do Governo, “se for vista de forma isolada, tal como agora é apresentada, é incompreensível, porque, em primeiro lugar, agrava tendencialmente o défice externo”.
“Portugal tem um problema de défice externo, cuja maior fatura é precisamente os combustíveis. Ao fazer-se este aumento substancial, estamos a afastar pessoas do transporte público e a promover o uso do carro”, sustentou Ana Paula Vitorino, antes de considerar que a medida tomada pelo executivo é em ultima instância “também contrária às orientações do memorando assinado por Portugal com a troika”.
Na perspetiva da deputada socialista, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, tem apresentado as suas medidas “de uma forma perfeitamente incompreensível em termos de tempo e nunca de forma integrada, anunciando agora primeiro um aumento substancial dos transportes e deixando para mais tarde a hipótese de haver preços mais baixos para as pessoas mais necessitadas”.
“Estamos para ver em concreto o que significa isso de preços mais baixos para pessoas carenciadas. Mas os transportes públicos não são apenas para os pobrezinhos, são fundamentais em sociedades civilizadas e cosmopolitas”, contrapôs a ex-secretária de Estado de José Sócrates.
Ana Paula Vitorino advertiu ainda o Governo que não pode ter uma mobilidade sustentada “com base num conceito de caridade”, dizendo que haverá um tarifário social para os mais necessitados enquanto, simultaneamente, se diminuem o número de carreiras”.
Confrontada com os enormes passivos financeiros das empresas de transportes, a deputada do PS observou que o presidente da Carris, “ilustre militante do PSD, vem agora dizer que percebe a razoabilidade da medida”.
“Mas no setor todos nós sabemos que não é assim que se resolve o problema financeiro. A forma de ultrapassar o problema é através do aumento da procura”, considerou.