Portugal tem de inovar na visão sobre os fundos comunitários
Nesse sentido, Portugal tem de ter capacidade de “inovar na visão sobre os fundos comunitários” de modo a “disputar o acesso aos fundos comunitários destinados à inovação e à ciência”, defendeu António Costa.
“Nas negociações dos fundos, temos de garantir que nestes programas os objetivos da convergência também têm de estar presentes, com mecanismos para que instituições universitárias e empresas possam ter acesso aos fundos em condições de igualdade com aquelas que já fizeram o percurso”, referiu o líder do PS.
“Se não formos capazes de convergir e recuperar o tempo perdido, será muito negativo para nós e um problema para a Europa”, advertiu o primeiro-ministro, acrescentando que “a Europa tem de ter a visão de que a convergência é um investimento para diminuir o esforço de coesão no futuro”.
António Costa salientou que Portugal já tem o segundo melhor regime fiscal de apoio ao investimento das empresas, enfatizando as afirmações do ministro da Ciência, Manuel Heitor, que, na mesma conferência, destacou as boas condições para o investimento empresarial, designadamente através de mecanismos fiscais e do acesso a fundos comunitários.
O líder do Executivo socialista reforçou que o conhecimento deve estar na base do crescimento e desenvolvimento do país, por forma a garantir uma sociedade mais inclusiva e mais dinâmica, como demonstra o recente relatório da OCDE, o qual “permitiu ao Governo e às instituições perceber onde estamos e o que temos de mudar para obter melhores resultados”.
O aumento do número de estudantes no ensino superior, é também, na ótica do primeiro-ministro, “decisivo para a democratização da sociedade, a qualificação da cidadania e para assegurar às empresas a resolução de um problema de recursos humanos”.
Esta é, aliás, como sublinhou, uma matéria determinante para o crescimento e desenvolvimento económico, visto que “não há empresa que invista no conhecimento que não sinalize a falta de recursos humanos em Portugal”.
Referindo-se à transferência do conhecimento do sistema de ensino superior e dos centros de produção de conhecimento para o tecido empresarial, António Costa considera essencial “fazer o emparelhamento entre o conhecimento produzido e as necessidades das empresas já existentes”, afirmou.
“Temos de ter produtos de maior valor, com processos que melhorem ainda mais a produtividade, para sermos mais competitivos e garantir que, mesmo com o arrefecimento da procura possamos continuar a crescer com base nas exportações”, declarou.