Alexandra Leitão explicou que o projeto de resolução apresentado pelo Grupo Parlamentar do PS, que recomenda ao Governo o reconhecimento imediato do Estado da Palestina, “funda-se num sentimento de urgência e de responsabilidade histórica” devido à tragédia que se desenrola diariamente na Palestina e em Israel.
A líder parlamentar do PS lembrou que “o direito dos palestinianos à autodeterminação e ao reconhecimento do seu Estado resulta de vários textos de Direito Internacional e tem vindo a ser amplamente reconhecido pela comunidade internacional”.
“O abominável ataque terrorista do Hamas, a 7 de outubro, resultou na perda de mais de 1.200 vidas israelitas. Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva devastadora que já provocou a morte de mais de 45 mil palestinianos, incluindo cerca de 13 mil crianças e centenas de trabalhadores humanitários”, lamentou Alexandra Leitão, que acrescentou que “metade da população de Gaza – mais de um milhão de pessoas – está em condições catastróficas no que respeita à alimentação e aos cuidados médicos”.
PS quer que seja atribuído estatuto de Embaixada
A presidente da bancada socialista comentou que a decisão de reconhecer o Estado da Palestina ganhou “mais justificação no atual contexto europeu, tendo em conta a evolução verificada em 2024: países como Espanha, Noruega, Irlanda e Eslovénia já deram esse passo, enviando uma mensagem clara de compromisso com a paz e com a justiça”. “Portugal não deve ficar para trás”, instou.
Alexandra Leitão destacou que esse reconhecimento é ainda mais importante depois das declarações do ministro das Finanças israelita, que admitiu “a intenção de, em 2025, estender a soberania de Israel à Cisjordânia ocupada, ao arrepio do Direito Internacional”. Ou depois de o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, ter defendido a “retirada da população da Faixa de Gaza e o envio dos palestinianos para o Egito e para a Jordânia, afirmando que a solução é ‘limpar’ a zona destruída pela guerra”.
O projeto de resolução do PS recomenda também que se aprofundem as relações diplomáticas entre Portugal e a Palestina, conferindo à sua missão diplomática em Lisboa o estatuto de Embaixada.