Na presença de muitas personalidades, entre as quais a líder parlamentar, Alexandra Leitão, e um dos fundadores do partido, José Leitão, entre outros dirigentes e figuras políticas, Porfírio Silva, diretor do “Portugal Socialista”, evocou o legado dos combates de Mário Soares, na sua multiplicidade de dimensões, nas quais se inscreve também a luta pela liberdade e pluralismo sindical.
“Mário Soares foi importante não apenas por ter sido primeiro-ministro e Presidente da República, mas, sobretudo, por aquilo que construiu”, sublinhou, lembrando, a propósito da escolha do outro tema da revista, que “a luta pela liberdade sindical foi a luta por todas as liberdades”.
“Estamos perante um tema de futuro, porque minar o movimento dos trabalhadores e desvalorizar o sindicalismo, é uma forma de atacar o Estado Social e os direitos dos trabalhadores”, sustentou Porfírio Silva, já depois de Isabel Soares, filha do fundador do PS, ter lembrado o “slogan” da luta travada pelo seu pai e por Salgado Zenha contra a unicidade sindical em Portugal: “Soares e Zenha não há quem os detenha”.
Ainda sobre o tema do sindicalismo, o diretor do “Portugal Socialista advogou que o PS tem, também aqui, uma característica singular.
“O nosso pluralismo traduz-se também na forma como lidamos com os sindicalistas do PS. Temos sindicalistas nas duas centrais sindicais”, observou Porfírio Silva, numa intervenção em que também salientou que Mário Soares se distinguiu na História por recusar a lógica do politicamente conveniente.
“Mário Soares caracterizou-se sempre pela frontalidade e pela verticalidade. Disse sempre o que considerava ser mais justo e nunca aquilo que podia ser considerado mais conveniente ou mais simpático. A lógica da simpatia não deixa rasto na história”, declarou.
Na abertura da sessão, Isabel Soares, autora de um dos contributos publicados nesta edição da revista, recordou que o “Portugal Socialista” nasceu ainda antes da fundação do PS, em 1967, a partir de Roma, sob impulso de Manuel Tito de Morais.
“Foi um exercício fantástico de resistência”, afirmou Isabel Soares, numa intervenção em que também se referiu ao 25 de Novembro de 1975.
“O 25 de Novembro não foi uma vitória da direita. Foi uma vitória do PS alcançada na rua. A direita não se via em lado nenhum e estava debaixo do chapéu de chuva do PS”, acrescentou a filha do histórico fundador e primeiro líder socialista.