Portugal só terá uma economia sã quando recuperar a sua competitividade
O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje a tese de que Portugal só terá finanças sãs, conseguindo uma consolidação orçamental sustentável, se tiver primeiro um programa de recuperação da sua competitividade económica.
António Costa falava aos jornalistas no final de um encontro com o presidente dos sociais-democratas alemães (SPD) e vice-chanceler do executivo germânico, Sigmar Gabriel, no âmbito de uma conferência promovida pela Aliança Progressista sobre emprego e educação.
Com o “número dois” do Governo de Berlim ao seu lado, o secretário-geral do PS abordou logo uma das principais pretensões dos socialistas portugueses.
“Precisamos de um programa de recuperação económica e de emprego que permita fazer o que é essencial: Retomar uma trajetória de convergência com a Europa para reforçar a coesão e de um modo sustentável possibilitar a consolidação das nossas finanças públicas”, sustentou o líder socialista.
António Costa defendeu depois a tese de que Portugal “não terá finanças sem ter uma economia sã e só terá uma economia sã quando recuperar a competitividade da economia”.
“E para recuperar a competitividade económica é fundamental atacar os bloqueios estruturais: Investir na educação, na inovação, na investigação científica, na melhoria das infraestruturas de energia e de comunicações, um sistema de justiça mais eficiente, uma administração pública mais simplificada e continuar uma estratégia de atração de investimento estrangeiro”.
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que a concentração europeia na austeridade fez a Europa entrar em crise e assegurou que essa fase acabou para dar lugar a uma política económica equilibrada que permita o crescimento, destacando também a importância da aposta na educação para o future da Europa.
“Com a mera concentração na política de austeridade, a Europa só entrou em crise”, disse o líder do SPD.
Sigmar Gabriel considerou ainda “um escândalo, não uma estatística” os milhões excluídos da educação e submetidos a escravatura no mundo e defendeu a necessidade de aproveitar a revolução digital para globalizar a educação. Na ocasião, evocou Nelson Mandela, citando-o com a frase “A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo”.
“As nossas crianças amaldiçoar-nos-ão se não aproveitarmos esta oportunidade”, afirmou.