Falando aos jornalistas no final de uma reunião no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, o primeiro-ministro saudou a proposta de recondução de António Guterres na liderança da ONU, lembrando que atualmente “é o português que exerce o cargo mais relevante a nível internacional”, considerando ser “uma honra para o país” verificar que o Conselho de Segurança voltou a propor para um segundo mandato o ex-primeiro-ministro português, António Guterres, para a cargo de secretário-geral da ONU.
De acordo com o líder do executivo português, António Guterres tem sido “um incansável lutador pela paz, pelos direitos humanos e um grande advogado da ação climática”, predicados que, segundo António Costa, assumem um carácter determinante na defesa do futuro da humanidade. Recordando que o momento hoje, “mais do que nunca”, é o da afirmação do “multilateralismo e o da cooperação internacional”, o primeiro-ministro de Portugal realçou que, num ano especialmente difícil por causa da pandemia de Covid-19, “ficou ainda mais evidente a importância de a humanidade se unir”.
Para António Costa, o regresso dos Estados Unidos ao Acordo de Paris, assim como os passos decisivos entretanto dados pelo G7 no sentido de passar a haver “uma maior transparência fiscal e uma maior justiça social”, são fatores que considera estruturantes e “fundamentais” para aumentar os níveis de segurança e de bem-estar de toda a humanidade, desiderato que deverá ser acompanhado, como também referiu, por um escorreito processo de vacinação contra a Covid-19, que não se foque apenas e só nos países desenvolvidos mas que estenda a sua ação a toda a gente.
Um líder internacional
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, manifestou satisfação pelo anúncio, recordando que o antigo primeiro-ministro português ocupa hoje “um dos mais altos cargos internacionais”, algo que nenhum “compatriota nosso alguma vez alcançou”.
O chefe da diplomacia lembrou ainda que esta recandidatura foi, “em primeiro lugar”, apresentada pelo Governo português, destacando Augusto Santos Siva alguns dos principais aspetos que caraterizaram o primeiro mandato de António Guterres: A intransigente defesa da paz, da segurança e dos direitos humanos, uma aposta clara no desenvolvimento sustentável, a promoção do multilateralismo e a defesa da ação climática, “bem como propostas reformistas na própria ONU”, iniciativas que justificam plenamente, como assinalou, que o Governo esteja “muito contente com esta recomendação do Conselho de Segurança”.