Portugal quer investir 3% do PIB em investigação científica em 2030
O ministro da Ciência destacou hoje o objetivo de o investimento em investigação científica atingir, em 2030, 3% da riqueza criada, o que significa duplicar a despesa pública e multiplicar por quatro a privada, que está nos 1,3%.
A objetivo que o Governo definiu para 2030 “é atingir 3% de investimento” da riqueza criada, o que “exige duplicar a despesa pública e multiplicar por quatro a privada” em investigação e desenvolvimento, referiu Manuel Heitor.
“Em 2016, crescemos 142 milhões [de euros], em 2017 foi 175 milhões, neste momento, a despesa privada é superior à despesa pública, temos de continuar esta trajetória e crescer mais para atingir os 3%” em 2030, disse o ministro.
O responsável citava dados do inquérito ao potencial científico e tecnológico, publicados este fim de semana, que mostram o segundo ano de crescimento consecutivo, atingindo 2.563 milhões de euros. “Devemos orgulhar-nos por isso, estamos a convergir para a Europa, na direção que o Governo tinha definido, mas precisamos de crescer mais”, salientou.
“Estamos com 1,33% do PIB [Produto Interno Bruto] investido em investigação e desenvolvimento, em 2015 tínhamos 1,2%, obviamente que temos uma trajetória até 2030 para atingir 3%, mas estamos no bom caminho”, reforçou Manuel Heitor.
“Estamos a dar passos concretos difíceis” para continuar a aumentar número de investigadores, mas também de financiamento por investigador, disse o governante.
Manuel Heitor recordou a necessidade de reduzir a burocracia, para o que o Governo definiu o programa Mais Ciência, Menos Burocracia, lançou um conjunto de simplificações e desafiou as instituições científicas e os investigadores a contribuir para este objetivo.
“Estamos num combate diário para mais emprego científico, mais diversificação de carreiras e fiz um apelo aos dirigentes” nesse sentido, referiu Manuel Heitor, considerando “há resistências nas instituições que são inadmissíveis”.
O Governo lançou linhas de financiamento, há mais de 2.000 lugares em concurso, e pretende garantir até ao final da legislatura 5.000 novos lugares e “é preciso que dentro das instituições se acelerem processos”, defendeu.
“A empregabilidade é um aspeto crítico, não abdicaremos de trazer mais financiamento para a tecnologia, mais emprego científico” e mais dignificação para a carreira científica, realçou, recordando que está em curso um programa de estímulo de emprego científico.
Acerca da articulação entre investigação e ensino superior, os novos regimes jurídicos de graus e diplomas e dos centros académicos clínicos, aprovados em Conselho de Ministros, na quinta-feira, “impõem a necessidade de as universidades e dos politécnicos desenvolverem carreiras científicas e académicas e reforçar os seus quadros, temos um quadro de docentes académicos muito fraco em Portugal, dos mais fracos da Europa”, continuou.