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Portugal quer duplicar produção nacional de cereais

Portugal quer duplicar produção nacional de cereais

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, apontou este fim de semana, em Leiria, que Portugal tem uma estratégia para mais que duplicar a produção nacional de cereais que os portugueses consomem, para perto dos 40%, assegurando também que o país não se debaterá com problemas de abastecimento ou escassez.

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Maria do Céu Antunes

“Portugal produz atualmente 18% dos cereais que consome. Há uma estratégia para aumentar até 38%”, adiantou a governante, na inauguração do novo Mercado Municipal de Leiria. Assinalando que o país “não tem condições naturais, de solo e de clima, para poder ser competitivo com outras geografias, nomeadamente até ao nível da Europa”, Maria do Céu Antunes explicou, contudo, que o objetivo passa por “aumentar a autonomia estratégica”.

De acordo com a ministra, este plano estratégico será possível de concretizar “através de um conjunto de investimentos”, visando “estimular os agricultores a fazer, seja do ponto de vista da inovação, do desenvolvimento tecnológico, para melhorar a qualidade dos solos, que são pobres, seja para a disponibilização de água”, para haver “cereais regados”.

O Governo irá ainda disponibilizar um apoio financeiro “para que estes produtores possam fazer esta opção quando tiverem que fazer as suas sementeiras”.

Garantidas as condições de abastecimento

Maria do Céu Antunes disse também que foram encontrados mercados alternativos à Ucrânia para a importação de cereais, nomeadamente América do Norte, América do Sul e África do Sul: “neste momento, estão garantidas as condições para não haver falhas nos nossos ‘stocks’ e no abastecimento de cereais em Portugal”.

A ministra apontou, por outro lado, que a aposta no setor primário produtivo é assumida pelo Governo como um “grande desígnio”, referindo que Portugal tem vindo a “equilibrar um desequilíbrio que é estrutural da balança comercial”.

“Mesmo durante a pandemia, as exportações portuguesas continuaram a aumentar a um ritmo de 5% ao ano, semelhante ao que vinha a acontecer nos últimos dez anos. E já no primeiro trimestre deste ano, as exportações do complexo agroalimentar subiram mais de 13%, sem deixar de alimentar os portugueses, pese embora também as importações vão crescendo, mas crescem a um ritmo menor, o que tende a equilibrar esta balança comercial”, sublinhou.

A ministra anunciou ainda que a partir de janeiro de 2023, haverá um “novo pacote financeiro com regras novas para estimular precisamente a agricultura e a transformação em Portugal”.

“O que queremos verdadeiramente é, não só promover o rejuvenescimento do setor, mas ajudar os nossos agricultores a fazerem uma transição agroambiental, ou seja, utilizar a tecnologia e o conhecimento para produzir mais, usando menos recursos e com isso ganharem também competitividade”, explicou.

Na visita ao novo mercado de Leiria, Maria do Céu Antunes fez também questão de destacar o papel do cidadão, que é quem “faz a escolha alimentar” e que, por isso, pode “promover o setor agrícola”, estimulando a pequena agricultura e “uma agricultura também mais competitiva”.

“Os produtores fazem um trabalho de excelência, que temos de otimizar e incentivar para continuarem a fazer este trabalho fantástico que tem contribuído para alimentar Portugal, a Europa e o Mundo. A excelência dos nossos produtos tem o reconhecimento não só nacional, mas também internacional”, concluiu.

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