Portugal quer decuplicar valor da economia do espaço até 2030
Criar mil empregos “particularmente associados à observação da Terra”, é um dos objetivos prioritários para Portugal até 2030, anunciou ontem, em Bruxelas, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, realçando ainda a ambição de aumentar exponencialmente o potencial do país na economia do espaço durante a próxima década.
Falando à margem da 12ª Conferência Europeia do Espaço, que está a decorrer em Bruxelas, o ministro Manuel Heitor começou por acentuar que a presença de Portugal nesta iniciativa se justifica plenamente por mérito próprio, em virtude do “esforço” que o país tem vindo a fazer nos últimos quatro anos em prol do desenvolvimento da economia do espaço, garantindo que Portugal tem hoje claramente uma estratégia para criar nesta década, pelo menos, mil novos e melhores empregos sobretudo “associados à observação da Terra”.
Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, é no combate às alterações climáticas, na agricultura, nas pescas, na floresta, no cadastro e na mobilidade urbana e no território, onde preferencialmente deve ser reforçada a utilização das tecnologias espaciais, sobretudo “através do recurso às imagens por satélite e dos sistemas avançados de informação”, sendo este o melhor caminho, como defendeu, para “sofisticar a cadeia de valor das empresas e da economia”.
Cumprindo e respeitando estes princípios, ainda segundo Manuel Heitor, Portugal poderá chegar a 2030 com uma economia do espaço 10 vezes superior em relação à que tem hoje, recordando o governante que este desígnio assume para o país um carácter muito vincado uma vez que hoje apenas fatura “40 milhões de euros por ano”, quando “o que queremos” é chegar a 2030 a faturar “500 milhões de euros por ano na área da economia do espaço”.
Atrair investimento
No diálogo que manteve com os jornalistas, à margem da conferência, Manuel Heitor foi claro ao afirmar que a participação de Portugal neste encontro deve também ser encarada como a necessidade de o país, tal como em muitas outras áreas, ter de atrair mais investimento europeu para a economia do espaço, apontando ainda a necessidade de mostrar à Europa e ao mundo que Portugal é hoje “um país aberto e moderno”, que sabe desenvolver políticas articuladas entre a educação e a investigação, designadamente a que é “orientada para a criação de emprego”.
O ministro Manuel Heitor interveio nesta 12ª Conferência Europeia do Espaço, que está a decorrer no Palácio Egmont, em Bruxelas, sob o lema ‘Nova Década, Ambições Globais: Crescimento, Clima, Segurança e Defesa’, no painel denominado ‘Rumo a uma Parceria entre Europa e África’. Esta é uma conferência que reúne destacadas personalidades ligadas a diversas instituições europeias, provenientes de pequenas e médias empresas, e da comunidade académica e científica, que este ano se encontraram para discutir o novo quadro financeiro para a União Europeia para os próximos sete anos, prevendo um novo Programa Espacial Europeu.