Portugal pode construir uma estratégia própria no quadro da UE
Um Governo do PS pode construir uma estratégia própria para Portugal no quadro da União Europeia. Esta convicção foi expressa pelo Secretário-geral socialista, na Redação Aberta do “Jornal de Negócios”, numa ocasião em que voltou a defender ser possível virar a página da austeridade sem violar as regras europeias.
António Costa explicou aos jornalistas do “Jornal de Negócios” que o plano A de um Executivo PS é cumprir as regras, mas isto “não implica nem impede que tenhamos um plano B, que é procurar que as regras mudem”.
Sublinhando que o Programa Eleitoral que o partido apresentou aos portugueses se enquadra nas regras existentes, o líder socialista aproveitou para sublinhar que a atitude de “submissão” mantida nestes quatro anos pelo Governo PSD/CDS “não é o caminho para o sucesso, mas o confronto, como fez o Governo grego, também não”.
Sobre a batalha eleitoral que se aproxima, o líder do PS acredita que estão criadas “todas as condições para alcançar o objetivo de ganhar com maioria” as legislativas.
A propósito das muito faladas sondagens, António Costa disse que estas “também revelam num ‘tracking’ contínuo de consolidação grande do PS, sete pontos acima dos resultados que teve nas eleições europeias, estando à frente ou em equilíbrio com a coligação de toda a direita, e num momento em que existe, ainda, um número elevado de pessoas que se declaram indecisas e muitas à esquerda”.
A isto soma-se, sublinhou, “a taxa de rejeição da direita” de muitos desses eleitores.
E acrescentou outro dado: “à pergunta sobre qual das propostas merece mais confiança, a proposta do PS é largamente vencedora e na comparação entre as lideranças, sem falsas modéstias, a vantagem também é significativa”.
Quanto à insegurança sentida pelos portugueses, que têm visto este Governo incumprir todas as suas promessas e ir além das exigências do Memorando da troica no que diz respeito a sacrifícios pedidos aos cidadãos, o candidato socialista a primeiro-ministro compromete-se mais uma vez a “recusar liminarmente um novo corte nas pensões”.
No que diz respeito a futuros pensionistas, António Costa adianta que a ideia passa por manter a reforma da Segurança Social que foi feita, em 2007, por Vieira da Silva.