Portugal na linha da frente da nova revolução industrial europeia
Falando na cidade berço na apresentação da segunda fase do programa Indústria 4.0, o primeiro-ministro começou por sublinhar que esta “é a primeira revolução industrial” em que Portugal tem todas as condições para partir na dianteira e integrar o “pelotão da frente” da União Europeia, sendo para isto fundamental, como referiu, que haja uma clara “capacitação digital do tecido empresarial português”.
Para António Costa, o país tem de estar preparado para “aproveitar e surfar a crista da onda”, lembrando que esta é a primeira grande ocasião ao nível da modernização industrial que Portugal tem ao seu dispor, considerando que só por “culpa própria” é que “deixaremos de agarrar esta oportunidade”.
Uma oportunidade que é fulcral que o país saiba agarrar, reiterando o primeiro-ministro que Portugal tem de ter a ambição de “crescer durante uma década acima da média da União Europeia”, para que passe a ter uma “economia competitiva à escala global” e capaz de “fixar os jovens licenciados que queiram ficar no país”.
Referindo-se ao bom momento que a economia portuguesa atravessa e depois de garantir que esta é a primeira vez na história do país, também em termos económicos e “em muitos séculos” em que Portugal consegue estar onde “deve estar e onde temos de ter a ambição de estar”, António Costa recordou o ex-secretário de Estado da Indústria João Vasconcelos, recentemente falecido e alvo de uma homenagem nesta sessão em Guimarães, considerado pelo primeiro-ministro como o “mentor do programa i4.0, convocando todos os cidadãos para o “desafio desta revolução industrial” e completar “aquilo que ainda falta fazer”.
O líder do Governo teve ainda ocasião de se referir ao ambiente de franca e efetiva liberdade que se vive em Portugal, “também ao nível da circulação de pessoas”, garantindo não haver nenhuma intenção de fechar fronteiras para evitar eventuais saídas para o estrangeiro de jovens licenciados, sendo esta aliás, como referiu, uma opção normal e prática corrente em qualquer regime político democrático, sustentando, contudo, António Costa que é preciso “não confundir” liberdade de circular com “necessidade de ter de partir”, pelo que esta revolução industrial integrada no programa i4.0 assume-se, em sua opinião, como um marco fundamental para o futuro da economia portuguesa.
Houve ainda tempo para o primeiro-ministro lembrar que a segunda fase do programa i4.0, assente nos eixos “generalizar, capacitar e assimilar”, mobilizará nos próximos dois anos investimentos públicos na ordem dos 600 milhões de euros para “alargar a digitalização da economia” e permitir que as empresas possam fazer uma transição “de forma inclusiva e com base em emprego qualificado” uma nova fase, como também referiu, em que se pretende “envolver nas várias iniciativas 20 mil empresas, formar mais de 200 mil trabalhadores e financiar mais de 350 projetos transformadores”.