De acordo com a ministra da Saúde, Marta Temido, que falava na comissão de saúde da Assembleia da República, a vacinação contra a Covid-19 representa no território nacional uma prioridade absoluta na resposta contra a propagação da variante Delta do vírus SARS-CoV-2, garantindo, por outro lado, que os primeiros cinco meses deste ano de 2021 vieram confirmar que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “recuperou a sua função assistencial afetada pela pandemia”.
Para a governante, a maciça campanha de vacinação que hoje se regista em Portugal, um processo “que tem sido bem sucedido”, vai permitir que em breve haja uma elevada proteção da população perante a doença, adiantando, por outro lado, que a matriz de avaliação da situação epidemiológica, “que tem servido de base nas decisões de desconfinamento”, ao contrário do que por vezes se ouve, “não tem apenas dois indicadores”, a evolução da incidência e o indicador de transmissibilidade (Rt), mas outros indicadores como os “óbitos, a utilização da capacidade hospitalar e o número de doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) e em enfermarias”.
Nova realidade do SNS
Sobre as críticas que referem que o SNS tem estado praticamente cingido no combate à Covid-19, a ministra garante que o serviço público de saúde “vive agora uma nova realidade” face ao decréscimo de atividade em 2020, quer ao nível das consultas médicas ou de enfermagem, quer de cirurgias realizadas, destacando os níveis de recuperação que hoje se verificam nas respostas que o SNS está já a dar nas restantes áreas da saúde para além do combate à pandemia.
Marta Temido escalpelizou, depois, os progressos alcançados, lembrando aos deputados que em 2021 foram realizadas “mais de três milhões de consultas médicas” em relação a idêntico período do ano transato, como também houve um assinalável crescimento no número de consultas de enfermagem entre janeiro e maio, “mais de quatro milhões de consultas”, enquanto que em relação à atividade hospitalar verifica-se que começa a “ficar em linha” com os valores anteriores, com mais 7% de consultas médicas do que em 2020, sendo que também em relação ao ano anterior realizaram-se nos hospitais nos primeiros cinco meses deste ano mais 76 mil cirurgias.
Números que mostram que o SNS começa a recuperar da situação difícil criada pela pandemia, sustentando, contudo, Marta Temido que “não seria expetável” que o Serviço Nacional de Saúde conseguisse “passar incólume e sem dor” perante a necessidade de dar respostas firmes à pandemia “para salvar vidas e retomar o percurso de recuperação que tem sido feito este ano”, elogiando uma vez mais os profissionais de saúde pelo excelente trabalho que têm prestado ao país.
Presente nesta comissão parlamentar esteve também o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, que avançou com o número de 4.300 profissionais de saúde que estão neste momento alocados à vacinação, 600 dos quais médicos, referindo-se depois ao reforço de recursos humanos que houve já este ano no SNS, que contabilizava 147.645 efetivos, “mais 7.910 do que a 31 de maio de 2020”.