Portugal garante solidariedade nas vacinas para países lusófonos
“Em números redondos, significa assegurar um milhão de vacinas visto que a nossa compra global é na ordem dos 20 milhões de doses”, concretizou Augusto Santos Silva, depois de, na terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado que Portugal redirecionaria 5% das sua vacinas contra a Covid-19 para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.
Numa intervenção destinada a um evento promovido pela Global Citizens, organização não governamental (ONG) que está a lançar uma campanha para a mobilização de mais fundos para a luta global contra a Covid-19, António Costa considerou que “o apoio à vacinação internacional é essencial para a erradicação da pandemia” e sustentou que “nenhum país do mundo estará seguro até que todos estejam seguros”.
“Para além de financiar a Iniciativa Covax, que tem como objetivo fornecer vacinas a 20% da população de 92 países, no âmbito da União Europeia, estamos a trabalhar num mecanismo de partilha de vacinas que poderá disponibilizar doses adicionais de vacinas, sendo África naturalmente uma prioridade”, apontou o primeiro-ministro de Portugal, país que preside até junho ao Conselho da União Europeia.
De acordo com o líder do executivo português, desde o início da pandemia já foram investidos “mais de 3,5 milhões de euros em meios de prevenção e combate, enviando material médico, de proteção, diagnóstico e terapêutica para os principais países parceiros da cooperação – os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) e Timor-Leste”.
“Continuaremos empenhados neste caminho, e envidaremos esforços no sentido de redirecionar para os nossos tradicionais parceiros de cooperação 5% das vacinas adquiridas por Portugal, dando seguimento às ações de formação e capacitação local. Neste caso, dependemos mesmo uns dos outros e, por isso, temos mesmo de contar uns com os outros”, acrescentou António Costa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, que falava hoje, em Lisboa, apontou o primeiro semestre de 2021 como a data prevista para as vacinas começarem a chegar aos países de destino.
“Esperamos que a distribuição de vacinas comece ao longo do próximo semestre” disse o chefe da diplomacia portuguesa, ressalvando que o calendário estará dependente da “cadência de abastecimento por parte das empresas farmacêuticas” das vacinas compradas por Portugal.