Portugal garante empenho numa solução construtiva para o orçamento da UE
No âmbito de uma visita de dois dias a Estocolmo, António Costa garantiu aos jornalistas, momentos antes de entrar para um jantar com o homólogo sueco, Stefan Lofven, que Portugal não deixará de assumir uma postura negocial “construtiva e moderada” em relação ao próximo Orçamento comunitário, mas assinalando também que, ao contrário da posição do Governo sueco, manterá uma posição de absoluta discordância em relação à proposta defendida pela presidência finlandesa, que António Costa considera “inaceitável” e “sem pés para andar”.
Lembrando que há uma “larga maioria” de Estados-membros que estão de acordo com a proposta apresentada pelo Parlamento Europeu, que defende um aumento das contribuições de cada Estado-membro para 1,3% do seu rendimento nacional bruto, ao contrário de um conjunto mais restrito de países, com a Finlândia à cabeça, mas também a Holanda, a Suécia, a Dinamarca ou a Áustria, que defendem que esse aumento deve situar-se apenas entre os 1,03% e os 1,08%, António Costa garantiu que, perante esta discrepância de valores, Portugal tem procurado ser um país “construtivo e moderado neste debate de forma a garantir o essencial”.
E o essencial, segundo o líder do Executivo português, é que se fortaleça financeiramente o Orçamento comunitário para que, de uma forma exequível, possa apoiar as novas políticas que a União Europeia já anunciou, sem que se ponha em causa, como alertou, “as políticas de coesão e agrícola”.
Reconhecendo a divergência que existe entre Portugal e a Suécia acerca da substância do tema, António Costa não deixou, contudo, de referir que com mais ou menos diferenças é preciso que se chegue a um acordo entre o conjunto dos Estados-membros, sendo por isso muito importante, como aludiu, que cada um “procure compreender o ponto de vista dos outros, aproximando posições”.
Visita oficial
Para além das questões relacionadas com o futuro Orçamento comunitário, António Costa mencionou ainda, entre outros temas abordados, a visita que Stefan Lofven em breve efetuará a Portugal e a presidência portuguesa da União Europeia em 2021, altura em que Portugal, como salientou, pretende ver aprovado um “pacto para a Europa verde”, para além do destaque central às relações da Europa com o continente africano.