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Portugal expressa solidariedade e anuncia envio de apoio a Moçambique

Portugal expressa solidariedade e anuncia envio de apoio a Moçambique

O primeiro-ministro, António Costa, expressou solidariedade para com Moçambique e o povo moçambicano, vincando o “momento de grande dor” pela catástrofe que assolou o país, após a passagem do ciclone Idai, revelando que Portugal está a preparar o envio de apoio, articulado entre os ministérios da Defesa e da Administração Interna.
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“Temos de expressar toda a solidariedade, independentemente das organizações internacionais, toda a solidariedade bilateral para com um país irmão”, disse ontem António Costa, no Parlamento, revelando que o Governo está a “articular as capacidades de Proteção Civil e das Forças Armadas” no sentido de prestar de imediato “todo o apoio” ao povo moçambicano.

Levantamento em várias áreas

Portugal está já a realizar um levantamento das capacidades de apoio a Moçambique, sendo garantido, como afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, que o nosso país estará “na linha da frente do apoio internacional”.

“Estamos a fazer este levamento de capacidades nossas para que, logo que o Governo moçambicano peça apoio, ele poder ser imediatamente prestado por Portugal”, revelou ontem Augusto Santos Silva.

“As autoridades moçambicanas estão a fazer um primeiro levantamento e nós próprios aqui, já o fizemos ontem [segunda-feira] e continuaremos hoje, entre vários ministérios, a reunir uma primeira lista de apoios possíveis que Portugal pode fazer na situação de emergência que Moçambique vive, seja do lado dos instrumentos da nossa Proteção Civil, seja do lado da nossa emergência médica, seja do lado das Forças Armadas, dos meios de resposta que lhes são próprios para situação de catástrofe, seja do lado da nossa cooperação”, explicou.

Santos Silva referiu que a sociedade civil também já se mobilizou para ajudar os moçambicanos, reunindo “apoios humanitários, financeiros e humanos” disponíveis.

“Depois, temos os planos de reconstrução, para os quais ainda temos tempo, mas que também é importante. Portugal estará na linha da frente do apoio internacional humanitário e técnico a Moçambique nesta hora muito difícil”, declarou.

Acompanhamento no terreno à comunidade portuguesa

O governante acrescentou que uma equipa avançada da embaixada portuguesa em Maputo, que está a trabalhar com o consulado na Beira, “fez um primeiro levantamento da situação dos portugueses, quer do ponto de vista pessoal, quer do ponto de vista dos seus bens”, salientando não haver registo, até à data, “de perdas de vida ou feridos entre os mais de 2.000 portugueses que vivem na cidade da Beira e na sua zona envolvente”.

“Infelizmente, temos registo de várias dezenas de portugueses que perderam as suas casas e os seus bens e que estão agora em soluções de emergência e que são apoiados por nós”, sublinhou, referindo que o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, ia partir ontem para Moçambique, onde irá acompanhar no terreno a resposta dos serviços consulares e o apoio à comunidade portuguesa.

O Presidente Filipe Nyusi avançou que a passagem do ciclone Idai poderá ter provocado mais de mil mortos em Moçambique, estando confirmados atualmente 84, apontando as primeiras estimativas oficiais para 600 mil pessoas afetadas no país, incluindo 260 mil crianças.

Além de Moçambique, também o Maláui e o Zimbabué foram afetados pela catástrofe, estimando-se que tenham sido afetadas mais de 1,5 milhões de pessoas.