Portugal estará em Madrid na linha da frente do combate às alterações climáticas
Intervindo ontem na Assembleia da República durante o debate quinzenal, em resposta à líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes, o primeiro-ministro e líder do PS, depois de garantir que Portugal vai estar na “na linha da frente” das discussões sobre as alterações climáticas, lembrou que o país, já na última cimeira na cidade de Marraquexe, em Marrocos, assumiu um papel destacado ao se ter “comprometido a atingir a neutralidade carbónica até 2050”.
António Costa lembrou ainda que foi também Portugal o primeiro país a “definir um roteiro para o processo de transição da neutralidade carbónica”, assumindo que, a nível nacional, “foram aumentadas as exigências das metas”, prevendo-se que este objetivo possa ser atingido em 2030.
Perante os compromissos que o país tem vindo a adotar em matéria de combate às alterações climáticas, o primeiro-ministro garantiu que Portugal vai apresentar-se nesta Cimeira do Clima em Madrid, na próxima segunda-feira, com toda a disponibilidade para integrar um acordo que resulte de um “compromisso de todos e não apenas de alguns países”, anunciando que o Governo vai continuar a bater-se não só pelo “crescimento da produção de energia com base nas renováveis”, como também pretende antecipar o encerramento das centrais a carvão para 2021 e 2023.
Eficiência energética, transporte público e mobilidade
O primeiro-ministro defendeu também a exigência, quer na Cimeira de Madrid, quer em cimeiras futuras, de se chegar a consensos o mais alargados possível sobre a necessidade de se aumentar a eficiência energética com base em renováveis, como “forma de reduzir a emissão dos gases com efeito de estufa”, sustentando que os países têm de “possuir um paradigma de mobilidade que não assente no consumo de combustíveis fosseis”, defendendo, designadamente, o “uso do transporte público” em detrimento do particular.
Ainda em relação ao combate às alterações climáticas, António Costa voltou ontem a insistir no Parlamento que este é um dos “quatro grandes objetivos do Programa do Governo”, que será trabalhado de “forma transversal como política comum do Governo”, alertando, contudo, para o facto de a transição energética não poder significar uma “maior pobreza energética para as famílias ou uma perda de produtividade e competitividade para as empresas portuguesas”, mas antes uma “oportunidade para que haja mais e melhor crescimento económico, mais e melhor emprego em Portugal e no conjunto da Europa”.