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Portugal está mais pobre

Portugal está mais pobre

O último relatório da Cáritas vem confirmar o que o PS tem vindo a denunciar. Que a pobreza em Portugal está a aumentar em resultado de uma opção política clara do Governo

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Como António Costa não se tem cansado de alertar, um em cada cinco portugueses está em risco de pobreza. Mais de um quarto da população, cerca de dois milhões, vive em privação material, porque a atual situação de pobreza, como também tem vindo a denunciar o presidente do PS, Carlos César, decorre da aplicação de um programa de austeridade que foi muito além de acordado com a troica, com cortes na área social que ultrapassaram o razoável.

Também o vice-presidente da bancada socialista, Vieira da Silva, tem alertado para esta problemática recordando que a incidência da pobreza é maior em famílias com filhos e na população mais idosa.

Para a Cáritas Portuguesa, este cenário não só corresponde à realidade, como, no seu mais recente relatório tornado público, adianta números atuais da pobreza em Portugal.

Com efeito, só esta organização registou no ano passado, 21.549 novos casos de pessoas em situação de pobreza, um aumento, face a 2013, de 15,4%.

No total, a Cáritas apoiou, em 2014, 160.608 pessoas carenciadas, o que representou uma média de 440 por mês, permitindo à instituição conhecer o número exato de atendimentos que presta às comunidades.

Paralelamente, também aumentou a quantidade de famílias apoiadas, passando de 52.967 em 2013, para 63.059 em 2014, o que significou uma subida de 19%, ou seja, um apoio a mais 10.092 famílias.

Para a Cáritas, as causas de toda esta pobreza que se tem vindo a instalar na sociedade portuguesa passam, em grande medida, pelos baixos rendimentos auferidos pelo trabalho o que leva as pessoas e as famílias a pedirem ajuda à instituição.

Dívidas com água, gás e alimentação – são alguns dos problemas, cerca de 35%, que representaram as ajudas prestadas pela Cáritas em 2014, um valor igual ao do ano passado.

Já o desemprego, o emprego clandestino, trabalho precário, salários baixos ou em atraso totalizaram 23% dos apoios dados, um número que se manteve face a 2013.

Os problemas relacionados com a família, como mães adolescente, família monoparental, orfandade, criança em risco, disfuncionalidade familiar, violência ou conflitos entre familiares motivaram 9% dos atendimentos da organização.

Mas os problemas, assim como os apoios, não se têm ficado por aqui. Cerca de 9% das ajudas destinaram-se o ano passado a resolver problemas com a habitação, designadamente casa degradada, sobrelotação, custo excessivo da habitação, rendas ou amortizações em atraso, sem-abrigo, e 8% para apoiar problemas ligados à escola, como analfabetismo, baixa escolaridade, abandono ou insucesso escolar.

A Cáritas adianta ainda que 7% dos atendimentos foram para apoiar questões de saúde, como doença, deficiência, alcoolismo, toxicodependência, e 4% para ajudar pessoas com problemas de autoestima, dificuldades de relacionamento, entre outros.

Os dados desta organização referem-se ainda ao tipo de atendimento que é feito nas diversas áreas sociais, permitindo à Cáritas desenhar, “não apenas o rosto das carências sociais, mas também perceber a melhor forma de agir para melhorar a condição de vida dos portugueses”.