Portugal está a reverter décadas de desinvestimento na ferrovia
Falando aos jornalistas no Salão Nobre da Câmara Municipal de Elvas, onde presidiu à cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada de construção de um novo troço ferroviário com 38,4 quilómetros, entre o Alandroal, no distrito de Évora, e Elvas, no distrito de Portalegre, Pedro Nuno Santos, depois de lamentar o “abandono” em que o Executivo encontrou a ferrovia em finais de 2015, lembrou a aposta séria e sustentada que o Governo socialista começou a fazer, desde a primeira hora, para “recuperar décadas de atraso nesta área”.
Reafirmando ter sido um erro que os “sucessivos governos” tenham preferido investir no automóvel em detrimento da ferrovia, o ministro congratulou-se com o facto de o país ter de novo um Governo que está a olhar para a ferrovia como uma prioridade, garantindo que agora, finalmente, o “comboio está no carril” apesar de “décadas de atraso”.
Instrumento de coesão
Para o ministro das Infraestruturas, já ninguém hoje tem grandes dúvidas de que o “futuro passa pelo transporte coletivo”, sendo que neste particular é ao transporte ferroviário, seja pesado ou ligeiro, que cabe “o papel de destaque”, sustentando que só através de uma boa e moderna rede ferroviária é que se “conseguirá unir o país, integrá-lo na economia ibérica, ligá-lo à Europa” e aproximar o litoral do interior.
Certezas que levaram Pedro Nuno Santos a garantir que o investimento na ferrovia, seja para o transporte de passageiros ou de mercadorias, que se começou a fazer de forma planeada na legislatura anterior, “já não vai parar”, voltando a destacar o papel determinante da ferrovia enquanto “instrumento de promoção e de coesão” para aproximar o território, enumerando o que considerou serem as “grandes vantagens” desta aposta, que vão desde os aspetos ambientais, à mobilidade e às políticas macroeconómicas.
O ministro chamou ainda a atenção para o impacto positivo que esta nova linha terá, não só para toda a região alentejana, mas também para o “aprofundamento das relações económicas” entre Portugal e o país vizinho, e as mais-valia que representará igualmente para o Porto de Sines, lembrando que “apesar da fronteira e da história comuns” entre os dois países, “ainda há muitos quilómetros para fazer” no aprofundamento da economia ibérica.