O anúncio foi ontem feito em Madrid pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que se deslocou à capital espanhola para participar em conjunto com os congéneres de Espanha e de Itália na conferência ’10 anos de Economia Social em Espanha’, referindo na oportunidade, em declarações à agência Lusa, que o novo centro de competências projetado para a cidade da Guarda estará vocacionado para “desenhar currículos e cursos de formação para a capacitação da economia social” nas suas várias dimensões, para além de estender a sua ação igualmente à área da “inovação social e dos novos desafios para a economia social”.
Referindo tratar-se de um projeto conjunto, o que sucede pela primeira vez entre os dois países, encontrando-se neste momento “a ser ultimada a forma e o modelo de gestão participado com Espanha”, Ana Mendes Godinho lembrou a urgência em se avançar com iniciativas deste género e a necessidade premente que existe de “inovação e de qualificação” no âmbito da economia social nos dois países, “como forma de se ganhar escala”, lembrando que projetos desta dimensão e importância “foram já identificados na altura da Cimeira Ibérica da Economia Social, em 2021”.
Comissão de acompanhamento
De acordo com a ministra do Trabalho, está já no terreno uma comissão de acompanhamento que tem como função inicial fazer a “avaliação e a reconversão dos espaços e dos edifícios existentes para a instalação do centro de competências” na cidade da Guarda, referindo a governante que a transferência de recursos será sobretudo para a “operacionalização e o desenvolvimento do centro e não tanto para a estrutura física”.
A ministra lembrou ainda que este é um projeto que estará vocacionado para responder “aos grandes desafios sociais” no âmbito da economia social, dando a este propósito os exemplos dos desafios demográficos como “o envelhecimento da população ou o combate à pobreza”, áreas em que segundo a governante é preciso que se encontrem respostas “com a maior brevidade e eficácia na área da economia social”.
A partir do momento que o centro esteja em funcionamento, o que deverá suceder, ao que tudo indica, em 2023, ainda segundo a titular da pasta do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o novo equipamento passará não só a dar formação aos recursos humanos das instituições, como a “desenhar programas de capacitação que serão disseminados através de protocolos de formação”, anunciando que, da parte portuguesa, participarão na constituição do centro o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) e o Centro Ibérico da Guarda.