Portugal e Espanha unem esforços na investigação científica
Os primeiros-ministros de Portugal e Espanha consideraram, na cerimónia de inauguração do Laboratório Ibérico de Nanotecnologia, em Braga, que aquele equipamento é símbolo de um aprofundamento “histórico” das relações de cooperação entre os dois países.
José Sócrates afirmou que o instituto “simboliza uma nova ambição nas relações entre Portugal e Espanha” e dá “um novo impulso” à cooperação ibérica, acrescentando que, apesar de ibérico, o novo instituto pretende “atrair e recrutar os maiores investigadores do mundo nesta áreas”.
O primeiro-ministro português recordou os tempos dos Descobrimentos para considerar que “Portugal e Espanha foram sempre grandes quando se abriram ao mundo” e anunciou que, no fundo, o objectivo é “colocar as comunidades científicas portuguesa e espanhola na primeira linha da ciência global”, visto que o laboratório “nasce da cooperação entre Portugal e Espanha mas insere-se na rede global do conhecimento”. Para José Sócrates, isto resultou da “prioridade dada pelas linhas políticas coerentes dos dois países à ciência”.
Também José Luís Zapatero recordou “a época dos navegantes” para deixar claro que os dois países “mostram agora vontade de conseguir, no Atlas do futuro, novos descobrimentos. Este centro surge de um forte compromisso de progresso e cooperação entre povos. Foi ideia, projecto e agora realidade de investigadores, ministros, funcionários, empresas e especialmente do primeiro-ministro José Sócrates, que demonstrou todo o empenho na concretização deste projecto histórico”.
Se as relações políticas, económicas, sociais e culturais já eram boas entre Portugal e Espanha, realçou Zapatero, agora deu-se “um salto qualitativo. Se nesta sociedade global as fronteiras se esbatem, não podemos nem devemos pôr fronteiras entre as comunidades científicas dos dois países. Podemos estar orgulhosos com este centro, que nos coloca na dianteira da investigação científica. Estou convencido de que este é um grande dia para Portugal e Espanha, sinal da lealdade profunda e fraterna entre os dois povos”, acrescentou o primeiro-ministro espanhol.