Estas posições foram transmitidas por António Costa e Han Duck-soo no início de uma reunião conjunta, na conclusão da visita de dois dias do líder do governo português a este país da Ásia oriental.
“Nesta base comum, temos de reforçar e desenvolver as nossas relações económicas. Na terça-feira e esta manhã tive a oportunidade de me encontrar com alguns dos mais importantes empresários sul-coreanos e de lhes apresentar as oportunidades de investir em Portugal”, disse António Costa.
De acordo com o primeiro-ministro português, o mundo “enfrenta grandes desafios”, estando em curso uma dupla transição ao nível do digital e da energia.
“A crise da Covid-19 foi um momento para se abrir os olhos no sentido de compreender o quanto eram frágeis as nossas cadeias de abastecimento e sobre os riscos resultantes de uma escassez de matérias-primas e de falta de componentes críticos, como os microchips e semicondutores. Temos de caminhar juntos para reorganizar estas cadeias de abastecimento e aumentar a resiliência das nossas economias”, preconizou.
Tendo ao seu lado o homólogo sul-coreano, António Costa realçou a posição liderante de Portugal “na transição energética” e o facto de ser, também, “o único país com conexões por cabo de fibra ótica com todos os continentes”, o que nos coloca “em boa posição para cooperar com as empresas coreanas, num momento em que o mundo precisa de enfrentar grandes desafios”.
“A Coreia do Sul é uma das mais importantes economias do mundo e Portugal é um dos países mais seguros do mundo. Somos a porta de entrada para mercados de 500 milhões de pessoas”, concretizou.
Parcerias para o desenvolvimento
No final da visita oficial, Portugal e a Coreia do Sul assinaram ainda um memorando para a formação de parcerias em países terceiros, para promover estratégias de desenvolvimento sustentável, e um acordo para a difusão e ensino da língua portuguesa.
Na presença dos primeiros-ministros António Costa e Han Duck-soo, os acordos foram assinados, da parte do executivo português, pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André.
Os dois países propõem-se desenvolver uma estratégia coordenada “dos respetivos recursos financeiros, técnicos e humanos, promovendo o desenvolvimento económico, social e ambiental dos países parceiros e contribuindo para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável” das Nações Unidas, em áreas como a educação, a saúde e a digitalização.
Foi ainda celebrado um protocolo entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros, situada em Seul, para a colocação de um Leitor de Língua e Cultura Portuguesa.