Portugal disponível para acolher até 35 pessoas resgatadas pelo navio humanitário Ocean Viking
Num comunicado conjunto, os Ministérios da Administração Interna e dos Negócios Estrangeiros explicam que a disponibilidade manifestada surge em resposta a um apelo da Comissão Europeia.
O Ocean Viking está há 10 dias à espera da autorização para atracar num porto europeu seguro.
“Portugal, França, Alemanha, Roménia e Luxemburgo são os países que manifestaram até agora disponibilidade para receber algumas das pessoas deste grupo, num gesto de solidariedade humanitária e de desejo comum de fornecer soluções europeias para a questão da migração e das tragédias humanas que se verificam no Mediterrâneo”, referem os ministérios no comunicado.
Segundo o Governo, Portugal tem participado ativamente em todos os processos de acolhimento, nomeadamente dos resgatados pelos navios Open Arms, Lifeline, Aquarius I, Diciotti, Aquarius II, Sea Watch III, Alan Kurdi e outras pequenas embarcações, tendo o país acolhido desde 2018 um total de 132 pessoas.
Contudo, apesar desta disponibilidade solidária o Governo português defende uma solução europeia integrada, estável e permanente para responder ao desafio migratório.
Um médico a bordo do navio “Ocean Viking”, que transporta 356 pessoas resgatadas ao largo da Líbia, disse hoje que a situação se deteriora todos os dias e defendeu o desembarque imediato dos migrantes num local seguro.
“Há 13 dias que 356 pessoas vulneráveis estão presas a bordo do ‘Ocean Viking. Todos os dias vemos a situação deteriorar-se”, indicou Luca Pigozzi num balanço da situação a bordo do navio de busca e salvamento fretado pelar organizações Médicos sem Fronteiras e SOS Mediterrâneo.
O médico alertou que há pessoas a bordo cuja condição médica se pode tornar crítica de um momento para o outro e exigir que sejam retirados e defende que “todas as 356 pessoas a bordo devem poder desembarcar num local seguro agora”.
O navio fez vários pedidos a Malta e Itália para o desembarque dos migrantes, sem sucesso.