Portugal cresce pelo segundo ano consecutivo em convergência com a zona euro
“Há um crescimento da economia de 2,1% e o que significa é que 2018 foi o segundo ano, desde que aderimos ao euro, em que crescemos mais do que média da União Europeia. Temos de trabalhar para que esses dois anos não tenham sido uma exceção, mas os primeiros dois anos de uma década continuada de convergência com a União Europeia”, disse António Costa.
O líder socialista lembrou ainda que os analistas internacionais têm sinalizado um abrandamento global da economia, mas salientou que tal “não se projeta necessariamente da mesma forma” na economia portuguesa. “Não parámos de crescer, continuámos a crescer”, apontou.
O facto de as empresas continuarem a investir e de confiarem que vão aumentar as exportações, acrescentou, “é o maior sinal de confiança” que a economia portuguesa pode ter, consolidando um crescimento que se regista já há 21 trimestres consecutivos.
Segundo a estimativa mais recente do INE, em 2018 o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu, em termos reais, 2,1%, 0,3 p.p. acima da zona euro, convergindo em dois anos consecutivos, o que acontece pela primeira vez nos últimos 20 anos.
O crescimento do PIB continua a ser acompanhado de crescimento do emprego – foram criados mais 110 mil empregos em 2018 – e da redução do desemprego – menos 73 mil desempregados face a dezembro de 2017, correspondendo a uma redução da taxa de desemprego de 1,4 p.p. no mesmo período.
Investimento é sinal de confiança em Portugal
O primeiro-ministro falava no final de uma visita a uma fábrica da Siemens, em Corroios, no concelho do Seixal, onde destacou o exemplo da empresa alemã, que está a aumentar o seu investimento, tendo anunciado a contratação de mais 102 trabalhadores.
“Apesar do abrandamento da economia internacional, temos aqui uma empresa que está a aumentar a sua produção em 60%, para poder aumentar as suas exportações de 85% para 92%, está a contratar mais cerca de 100 funcionários para trabalharem só nesta unidade e está a investir mais 25 milhões de euros e a contratar 300 engenheiros para alargar os seus centros de competência em matéria digital”, referiu António Costa, que se fez acompanhar pelo ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira.
A fábrica da Siemens de Corroios vai contratar 102 trabalhadores, duplicando o número de colaboradores e aumentando a capacidade de produção em 60%. A empresa alemã está a investir na digitalização de alguns dos sistemas logísticos e operacionais e pretende aumentar a capacidade de produção de cerca de 2.000 quadros elétricos anuais para 3.200.
Nos últimos cinco anos, a unidade exportou para 56 países nos cinco continentes, sendo que perto de 85% da produção é vendida fora de Portugal, num total de 123 milhões de euros em exportações em 2018. A Siemens está em Portugal há 113 anos e emprega atualmente cerca de 2.500 pessoas.