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Portugal converge hoje com a UE porque rompeu com o caminho da direita

Portugal converge hoje com a UE porque rompeu com o caminho da direita

O mérito de Portugal estar “numa trajetória favorável” não resulta de nenhum fenómeno sobrenatural ou de circunstâncias inexplicáveis, mas de decisões políticas planeadas pelo Governo e do trabalho dos portugueses que se traduz, como garantiu ontem o primeiro-ministro, no “crescimento económico do país, na diminuição da dívida, no aumento das exportações e na redução do desemprego”.

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Portugal converge hoje com a UE porque rompeu com o caminho da direita

O primeiro-ministro respondia deste modo, na Assembleia da República, durante o debate da moção de censura ao Governo apresentado pelo CDS, a um deputado deste partido que acusou o Executivo de estar a beneficiar do ambiente favorável que se vive em vários países europeus. Acusação que serviu de pretexto a António Costa para recordar que a economia portuguesa está a “crescer mais que a média de todos” e que Portugal está a investir “mais do que aqueles que crescem mais do que nós”.

A esta realidade, acrescentou ainda o líder do Governo, Portugal está também a “diminuir mais a dívida e a consolidar mais o orçamento” do que a esmagadora maioria dos restantes parceiros comunitários, destacando ainda António Costa o facto de o país apresentar os maiores níveis de redução do desemprego, “mais do que aqueles que estão a crescer mais do que nós”. 

“Estamos, pois, numa trajetória saudável que é a que temos de manter para não voltar à trajetória negativa do governo de vossas excelências”, reagiu o primeiro-ministro à acusação do deputado do CDS, “onde nenhum destes dados positivos que o país hoje exibe havia para apresentar”, salientou.

Segundo António Costa, o “melhor critério” para se definir o desempenho de uma economia no quadro da zona euro e aquilatar da sua evolução é olhar para a dimensão territorial de cada país e para o peso das respetivas economias no conjunto da União Europeia.

Só depois, sustentou, será possível fazer uma comparação equilibrada e justa entre o “esforço que Portugal está a fazer na sua consolidação orçamental” e o trabalho que os outros países europeus estão a fazer, referindo a este propósito que “Portugal está a conseguir reduzir a sua dívida em cerca de 48%”, enquanto em outros países europeus esta mesma redução fica-se pelos 11%.

Atingir a média europeia

A realidade dos factos, lembrou o primeiro-ministro, é que a economia portuguesa “cresceu sistematicamente abaixo da média europeia” entre 2000 e 2016 e os primeiros dois anos em que conseguiu inverter esta realidade foram 2017 e 2018, garantindo que 2019 “será o terceiro ano em que o país vai de novo convergir com a União Europeia”. 

Quanto ao que esta dinâmica de sucesso económico pode e deve trazer para a vida dos portugueses, António Costa é claro quando compara Portugal com outras economia mais desenvolvidas, lembrando que a formação bruta de capital fixo “cresceu em Portugal nestes últimos dois anos cerca de 11,7%, enquanto nesses países se ficou pelos 6%”, do mesmo modo que o investimento privado em Portugal está a aumentar 20%, enquanto nesses países que crescem mais do que nós “o investimento privado fica-se pelos 12%”, sendo que a “grande diferença”, como aludiu ainda, é que em Portugal a taxa de desemprego “diminuiu 30% e nesses países esta mesma taxa apenas reduziu 20%”.

Dados que, para o primeiro-ministro, significam que o país está a fazer o esforço de investimento que se impunha e de forma adequada, ao contrário do que têm vindo a afirmar algumas vozes mais inquietas, o que vai permitir, por um lado, que Portugal cresça mais, ao mesmo tempo que abrirá novas oportunidades para que se baixem os impostos, recordando a este propósito António Costa que os “portugueses vão pagar menos mil milhões de euros de IRS este ano do que pagavam quando o CDS estava no Governo”.