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Portugal confrontou Dijsselbloem na reunião do Eurogrupo

Portugal confrontou Dijsselbloem na reunião do Eurogrupo

O secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, afirmou hoje que Portugal mantém o entendimento de que Jeroen Dijsselbloem não reúne condições para se manter no cargo, depois de ter confrontado o ainda presidente do Eurogrupo com o teor das suas declarações sobre os países do Sul da Europa, reiterando-lhe a exigência de um pedido de desculpas público.
Portugal confrontou Dijsselbloem na reunião do Eurogrupo

“No início da reunião, o senhor Dijsselbloem fez uma breve declaração aos ministros, dizendo que lamentava o que tinha dito e que não tinha como objetivo ofender ninguém, o que me parece que reforça a ideia de que não percebeu que não é uma questão de palavras, é uma questão da própria mensagem que está subjacente a essas palavras”, afirmou o governante português, após a reunião do Eurogrupo que decorreu hoje em La Valletta, Malta.

Ainda antes do início dos trabalhos, Ricardo Mourinho Félix, que participou na reunião em substituição de Mário Centeno, que não pode estar presente, dirigiu-se ao presidente do Eurogrupo para lhe transmitir a posição do Governo português e exigir-lhe um pedido de desculpas público.

“Quero dizer-lhe que foi profundamente chocante aquilo que disse dos países que estiveram sob resgate. E gostaríamos que pedisse desculpas perante os ministros e a imprensa”, disse Mourinho Félix ao presidente do Eurogrupo.

“O senhor Dijsselbloem disse que estava profundamente chocado com a posição portuguesa. Portanto, ele sabe perfeitamente qual é a posição portuguesa. Disse ainda, e isso devo dizer que a mim me deixou atónito, que não ia pedir a Portugal um pedido de desculpas e acho que isso revela tudo”, referiu depois.

Mourinho Félix sublinhou que Portugal mantém o entendimento que já tornou público, aludindo às declarações do primeiro-ministro, António Costa. “O senhor Dijsselbloem, com uma visão da área do euro que é esta, não une os europeus e a área do euro”, afirmou.

Aquilo que “o presidente do Eurogrupo tem de fazer é unir, não dividir. E ser o líder de um projeto europeu unido”, reforçou o governante português.