home

Portugal apresentado como “case study” em Berlim

Portugal apresentado como “case study” em Berlim

Se os países da zona euro conseguiram sair da crise económica e financeira em que estiveram mergulhados, defendeu em Berlim Mário Centeno, isso deveu-se sobretudo “à forte redução de riscos”, devendo Portugal, neste particular, ser considerado como um “caso de estudo”.

In Acção Socialista

O novo presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças de Portugal esteve ontem reunido em Berlim com o seu homólogo alemão das Finanças, Peter Altmaier, tendo na ocasião Mário Centeno, depois de anunciar que o encontro permitiu concluir que há muitos pontos em que ambos estão de acordo em relação à reforma da zona euro, defendido que é preciso avançar com alguns dossiês que estão em discussão, quer na Comissão Europeia, quer no Conselho Europeu, quer ainda no Eurogrupo, matérias que em sua opinião, quando forem aprovadas, vão ajudar a “prevenir e reduzir” o nível de eventuais novos riscos nos países do euro.

O ministro português lembrou que se conseguiu “tirar a zona euro da crise” graças à “forte redução de riscos” e apontou Portugal como “exemplo de sucesso”.

“Temos muitos exemplos de sucesso. Portugal é um dos mais importantes ‘case study’ na Europa nestes dias”, afirmou.

De entre os pacotes que se encontram presentemente em discussão no âmbito das instâncias europeias, o ministro Mário Centeno destacou, entre outros, por os considerar como os desafios “mais urgentes que os europeus enfrentam”, a aprovação de um Fundo Monetário Europeu, um orçamento próprio para a zona euro, mas também medidas de política fiscal.

Para o presidente do Eurogrupo é preciso “fazer mais e melhor” para evitar que uma nova crise possa surgir, lembrando que “estamos numa união monetária”, o que implica “sermos muito ativos” em partilhar responsabilidades sobre o “nosso futuro comum”, sendo necessário, como sustentou, “gerir ativamente os riscos que existem nas nossas economias”, garantindo Mário Centeno ser esta a agenda “para os próximos meses”.

Reconhecendo que esta agenda “é exigente”, mas que nem por isso “deve deixar de ser ambiciosa”, Mário Centeno anunciou que até à próxima Cimeira do euro, em junho, quer “completar as várias discussões técnicas sobre os assuntos mais difíceis”, como um orçamento para a zona euro, a criação do Fundo Monetário Europeu ou ainda a conclusão da União Bancária, sustentando que é preciso estabelecer um roteiro claro que faça sentido para todos os 19 Estados-membros da moeda única.

O responsável alemão foi o primeiro ministro das Finanças da zona euro com que o novo presidente do Eurogrupo se reuniu, depois de ter sido recebido informalmente, em Paris, a 12 de janeiro, dia da passagem de testemunho, pelo seu homólogo francês, Bruno Le Maire.