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Portugal alerta para gravidade da crise migratória

Portugal alerta para gravidade da crise migratória

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esperar que a Conferência Internacional de Solidariedade sobre a Venezuela, que se realiza em Bruxelas, contribua para que a comunidade internacional “tenha plena consciência da gravidade da crise migratória que se vive hoje na América Latina”.
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“Se retirarmos o caso da Síria, o êxodo migratório provocado pela crise na Venezuela é hoje a mais importante crise migratória que o mundo conhece, e é a maior que a América Latina conhece há décadas. São 4,5 milhões de pessoas que, por variadas razões, mas na maior parte dos casos por razões de natureza económica e social, tiveram e têm de abandonar a Venezuela e encontrar refúgio noutros países, quer nos países vizinhos, quer em países europeus, o que coloca evidentemente uma enorme pressão sobre os países de acolhimento”, observou.

Falando à chegada a Bruxelas, onde participa na Conferência Internacional de Solidariedade sobre a crise de migrantes e refugiados na Venezuela, organizada pela União Europeia, em conjunto com o Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas e a Organização Internacional das Migrações, Augusto Santos Silva salientou que o objetivo maior da iniciativa é, sobretudo, de sensibilização da comunidade internacional.

“Esta conferência não está organizada como uma conferência de doadores, portanto, embora evidentemente isso seja sempre possível e desejável, não se espera uma lógica de compromissos dos Estados participantes em financiamento das operações que a União Europeia apoia”, comentou, acrescentando que “a própria UE já destinou vários milhões para apoio humanitário”.

Segundo Santos Silva, “o objetivo essencial é que as três organizações que estão mais envolvidas neste apoio […] façam o ponto da situação e também contribuam para que toda a comunidade europeia e internacional tenha plena consciência da gravidade da crise migratória que se vive hoje na América Latina”.

O ministro recordou ainda que o objetivo da conferência constitui também “uma das duas missões principais do grupo de contacto internacional” para a Venezuela, “que reúne países europeus, entre os quais Portugal, a União Europeia como tal, e cinco países latino-americanos”.

“Procuramos favorecer uma solução política pacífica e democrática para a Venezuela, de um lado, e do outro lado apoiar os esforços humanitários em curso nesse país e nos países vizinhos. E é, portanto, esta segunda missão do grupo de contacto internacional que também está em causa na conferência de hoje e de amanhã”, apontou.

A Conferência conta com a participação, entre outros, da Alta Representante da União Europeia, Federica Mogherini, do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, do diretor-geral da Organização Internacional das Migrações, António Vitorino, assim como com o Representante Especial Conjunto ACNUR-OIM para a crise de refugiados e migrantes na Venezuela, Eduardo Stein, a par de representantes de países da América Latina e Europa.