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Porto inteiro por Portugal inteiro

Porto inteiro por Portugal inteiro

Pavilhão Rosa Mota lotado para receber este sábado, no Porto, o maior comício desta campanha eleitoral. Uma oportunidade mais para ouvir o Secretário-Geral do PS e candidato a primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos, criticar duramente a AD por querer fazer um “xeque-mate” ao Estado social, dirigindo uma mensagem de confiança e futuro aos portugueses para garantir avanço nas conquistas decisivas que os últimos oito anos permitiram alcançar.

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Para Pedro Nuno Santos, que tinha a ouvi-lo, entre muitas destacadas personalidades socialistas, António Costa e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, o choque fiscal que a AD propõe é uma medida de alcance social perigoso, porque teria apenas como função “servir poucos”, mas que representaria “um severo golpe” na qualidade do Estado social e na vida da maioria do povo português.

É por isso, insistiu, que “não me canso de afirmar” que o programa orçamental que a AD apresenta ao país é “uma aventura fiscal, inexequível e pouco ou nada cauteloso”, ao contrário do cenário macroeconómico que o PS apresenta, como referiu, que aponta “responsavelmente para um crescimento da economia de 2% ao longo da legislatura”, sustentado, como também assinalou, numa estratégia para que a economia possa crescer “mais do que a direita propõe”.

Para tal, prosseguiu o líder socialista, é necessário que as promessas “sejam credíveis e não irrealizáveis e miraculosas como as da AD”, para que o país não volte a ter de passar pela experiência traumática por que passou com o Governo da AD até 2015, voltando a garantir que com os socialistas haverá a continuação do reforço da “proteção dos rendimentos, das pensões e dos salários”, lembrando também o trabalho que está no terreno em todo o país, quer na área da habitação quer na da educação.

Destacou depois a “grande honra” de poder contar com a presença de António Costa no comício, agradecendo-lhe os anos em que integrou o seu Governo, destacando o orgulho que todos os socialistas sentem pelo trabalho realizado nos últimos oito anos. Acusando aqueles que, sem argumentos válidos e sérios, optam pela má-língua para criticar os executivos socialistas, uma crítica injusta, como referiu, que não se limita a “faltar ao respeito ao PS”, mas que estende a censura aos “portugueses e a tudo o que conseguiram construir em conjunto”.

Uma das áreas que o Secretário-Geral do PS fez questão de enaltecer na sua intervenção, puxando pela memória dos últimos oito anos da governação socialista, tem a ver, como salientou, com os “bons resultados alcançados na economia”, mas também com a redução inédita da dívida pública e do défice, com os salários a crescer, assim como o aumento dos apoios do abono escolar, tudo isto, como salientou, com o Governo a enfrentar “uma pandemia, uma guerra na Europa e o aumento exponencial da inflação”, conseguindo de forma sustentada “garantir estabilidade aos trabalhadores e aos pensionistas”.

AD é projeto do passado com rostos do passado

Ao contrário da direita, aludiu Pedro Nuno Santos, “nós queremos estabilidade, segurança e contas públicas certas”, respeitando o legado deixado pelos governos de António Costa, uma herança que para o líder socialista é decisiva para que, em conjunto, “possamos todos construir o futuro”, insistindo que a AD de Luís Montenegro apresenta um projeto “de passado, com rosto de passado e com soluções de passado”.

Mostrou-se, por isso, persuadido de que, com a direita, “recuaríamos ao tempo em que as pensões e os salários eram fatores de ajustamento quando havia apertos ou crises”, ao tempo em que “se negavam direitos às mulheres e em que se desvalorizava o papel da mulher na sociedade portuguesa”.

Mas também ao tempo em que o ambiente “não era uma prioridade” e também ao tempo “em que se achava que os aumentos salariais prejudicavam a economia e em que se incentivavam os jovens a emigrar”.

Razões de peso, na opinião do líder socialista, para que, no próximo dia 10 de março, os portugueses digam de viva voz que não querem seguir este roteiro da direita, afirmando, pelo contrário, a sua vontade de defender a “herança dos 50 anos de Abril”, que “alguns querem fazer crer que foram 50 anos perdidos”, em que coletivamente “fomos capazes de construir um SNS, um sistema público de pensões e uma escola pública”.

Defender a maior construção coletiva do povo português

Parte importante da intervenção do líder socialista, ontem no Porto, foi dedicada ao Serviço Nacional de Saúde, com Pedro Nuno Santos a considerar o serviço público de saúde “a maior construção coletiva do povo português”, uma conquista que, garantiu, o PS “nunca deixará de defender”, relembrando, nomeadamente, as propostas de introduzir um programa de saúde oral no SNS, mas também o “aumento do investimento público na hospitalização domiciliária e a emissão de receitas por médicos de lares”.

Voltou a criticar a direita e o “vale consulta” que propõe, e por querer fazer crer aos portugueses que o setor privado da saúde dispõe de uma “capacidade excedentária” em vários domínios, “o que não é verdade”, como garantiu, ou como se houvesse no setor privado “salas de cirurgia constantemente disponíveis, salas de consulta de sobra, médicos e enfermeiros e restante pessoal da saúde sem nada para fazer”.

É bom que se sabia, insistiu, que “80% dos médicos que estão no setor privado são do SNS, e que essa alegada capacidade excedentária não existe”, salientando que o PS optou por não avançar com o vale consulta “porque, ao contrário do vale cirurgia, as consultas não são resolutivas e finitas”.

E isto, como lembrou, porque depois da primeira consulta, há exames, depois, regra geral, segue-se a segunda consulta, também com os respetivos exames e uma terceira e uma quarta e o Estado, perante este repetitivo cenário, “ficaria na mão de terceiros e deixaria de poder controlar os gastos e os recursos públicos”.

Para o Secretário-Geral do PS, o vale consulta “é uma forma errada de gerir os recursos públicos” e uma “falsa resposta que sairia muito mais cara ao povo português”, defendendo que o dinheiro do Estado tem de ser para “reforçar os hospitais públicos, os centros de saúde e os profissionais de saúde do SNS”.

Voto de confiança no PS

Mas foi porventura o apelo a todos aqueles que ainda não decidiram o sentido do seu voto que terá marcado a diferença neste comício na cidade do Porto, com Pedro Nuno Santos a pedir aos indecisos o voto de confiança no PS e a comprometer-se que “não os vai desiludir”.

É preciso que quem ainda não decidiu o sentido do seu voto, defendeu o líder socialista, que não fique em casa e que tenha “confiança no PS porque eu não vos vou desiludir”, lembrando que os socialistas “sempre se bateram por um país para todos, um país inclusivo que não deixa ninguém para trás e que não desiste de ninguém”.

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