Falando aos jornalistas em Lousada, distrito do Porto, onde participou numa iniciativa da Federação do Porto para debater estratégias políticas e económicas para a região do Tâmega e Sousa, o líder socialista insistiu na necessidade de o chefe do Governo esclarecer “não só sobre o caso que é noticiado hoje pelo Correio da Manhã e que o envolve diretamente, mas também outros secretários de Estado”.
Segundo noticiou aquele diário, a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro detêm uma empresa de compra e venda de imóveis, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente, o que, à luz da alteração à lei dos solos aprovada pelo Governo, poderia suscitar uma “situação de potencial conflito de interesses”.
O Secretário-Geral do PS assinalou que “todas as matérias relacionadas com conflitos de interesses são muito importantes na vida política e na vida pública”, para que “não restem dúvidas de que as decisões que foram tomadas não têm como objetivo benefício próprio ou de próximos”.
Pedro Nuno Santos aludiu também à recente remodelação do Governo, “que envolve seis ministérios”, sobre a qual “o primeiro-ministro até agora não disse nada”.
O líder socialista lembrou, ainda, que quando Luís Montenegro estava na oposição “fazia sempre questão de exigir explicações ao Governo anterior” e que agora não fala aos jornalistas, desde 20 de janeiro, com exceção, frisou, quando, no dia 3 de fevereiro, “falou de uma candidatura presidencial que apoia”.
“Acredito mesmo que haja boas explicações para qualquer um destes casos. Mas, até para evitar que se adensem dúvidas e suspeitas, é muito importante que o senhor primeiro-ministro dê esclarecimentos e faça declarações aos jornalistas”, afirmou, acrescentando que os esclarecimentos de Luís Montenegro nestes casos “são necessários para que não se perca a confiança nas instituições e nos políticos”.
“Numa democracia como a nossa já não é aceitável que um primeiro-ministro se esconda das perguntas dos jornalistas”, finalizou o Secretário-Geral do Partido Socialista.