O executivo está a propor “quatro anos de crescimento anémico”, denunciou Carlos Pereira em declarações à comunicação social, notando que o Partido Socialista “já tinha desconfiado que havia problemas nas previsões e nas contas públicas deste Governo quando recebeu o Orçamento, sobretudo comparando com aquilo que foi o programa eleitoral da AD”.
E recordou que, durante a campanha eleitoral, o PS “insistiu que aquele cenário macroeconómico não era credível, porque, de alguma maneira, apontava previsões exageradas”.
Ora, “com a apresentação do plano de médio prazo a Bruxelas, ficámos com a certeza de que o programa eleitoral da AD estava encharcado de propaganda”, acusou.
O coordenador dos socialistas na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública esclareceu que, no cenário macroeconómico, a AD “previa um aumento do PIB médio de quase 3% – estamos a falar de 2,9% – e agora, quando se olha para o plano de médio prazo apresentado a Bruxelas, esse crescimento económico não chega aos 2%”.
Carlos Pereira reafirmou que “o cenário macroeconómico da campanha eleitoral não era credível” e acusou o PSD de fazer “aquilo que fez sempre – diz em Bruxelas o que não diz em Portugal”.
O deputado do PS acrescentou que, “se olharmos para os salários, temos um problema semelhante”, já que o Governo de Luís Montenegro “prevê uma trajetória de crescimento bastante inferior do que aquela que acordou com a concertação social”.
Fica, assim, demonstrado que as críticas que o Partido Socialista fez na “campanha eleitoral, de que o cenário macroeconómico não era credível, foram hoje demonstradas pelo próprio PSD”, vincou.
O PS defende que “é preciso uma clarificação” e, por isso, vai propor um debate de urgência na Assembleia da República, para o próximo dia 25 de outubro, em que o ministro das Finanças possa explicar estes números, anunciou.