Plano Nacional de Barragens: Arranque da obra da barragem de Foz Tua
José Sócrates presidiu hoje ao ato simbólico de lançamento da primeira pedra da barragem de Foz Tua, a primeira que começa a construção do plano nacional de barragens.
Na cerimónia, José Sócrates fez votos de estar novamente no local em 2015, a data prevista para a inauguração da nova barragem, cujo lançamento foi feito numa quinta sobranceira ao rio Douro distante a alguns metros da foz do efluente onde vai ser construído o paredão.
José Sócrates, afirmou hoje, em Alijó, que a construção de uma barragem significa dar mais oportunidade de emprego, às empresas e reduzir dependência energética externa e reduzir emissões de CO2.
“São os projetos mais difíceis em que nos devemos empenhar, porque são eles que podem mudar as coisas”, afirmou o governante, referindo-se à polémica à volta da Barragem de Foz Tua, obra contestada pelos ambientalistas por causa da submersão da linha ferroviária. O arranque oficial da Barragem de Foz Tua, é a primeira incluída no Plano Nacional de Barragens a entrar em obra.
Embora a hidroelétrica vá ser construída no rio Tua, entre os concelhos de Alijó (distrito de Vila Real) e Carrazeda de Ansiães (distrito de Bragança) foi o rio Douro que serviu de cenário à cerimónia de lançamento da primeira pedra.
E, para o primeiro-ministro, construir uma barragem em Portugal significa “recuperar o tempo perdido”.
“Corrigir o erro que cometemos quando nos últimos 30 anos decidimos não aproveitar o potencial hídrico do nosso país. Portugal é o país na União Europeia cujo potencial hídrico é menos explorado”, referiu.
E, segundo José Sócrates, “não há nenhuma boa razão para isso”.
“O problema de Portugal foi não se construírem os empreendimentos polémicos. Esse foi o erro que cometemos durante demasiado tempo”, sublinhou.
O governante fez questão de enumerar os benefícios de construir uma barragem.
“Porque vai reduzir a nossa dependência externa, vai dar oportunidade de emprego às empresas, vai transformar Portugal num país com um indicador maior de utilização das renováveis, vai reduzir emissões de CO2”, frisou.
José Sócrates destacou ainda que a aposta nas energias renováveis transformou a “economia portuguesa”, isto porque, no ano passado, Portugal poupou mais de “800 milhões de euros de importações”.
“Se nós olharmos para a nossa energia nestes últimos anos e para a mudança que aconteceu, internacionalmente Portugal pode ser apresentado como um caso de estudo, porque o que se mostra em Portugal é que é possível fazer mudanças na energia em pouco tempo”, salientou.
Em 2005, Portugal tinha um “mix energético” que era de total dependência do petróleo e hoje é um país que compete pela liderança na área das energias renováveis. “Tudo isto em cinco anos”, sublinhou. E, daqui a cinco anos, Sócrates quer regressar ao Tua para a inauguração do empreendimento.
“Virei aqui e tenho a certeza que me ocorrerá porque andamos tanto tempo a discutir a Barragem do Foz Tua”, salientou.
Relativamente a este empreendimento, o primeiro-ministro destacou ainda a solução “engenhosa” que se encontrou “para a mobilidade”, que combina vários meios de transporte e que potencia turisticamente a região
Por outro lado, salientou ainda a capacidade para concertar interesses que satisfaçam todos os autarcas com área envolvida na barragem.