Plano Juncker tem de ser instrumento de convergência económica e social
“Este é um problema sério, que precisa de ser corrigido com medidas eficazes em todos os planos, seja na revisão das regras e dos critérios, seja na revisão dos procedimentos. Porque o Plano Juncker só será um projeto verdadeiramente europeu se se transformar num instrumento a favor da convergência económica e social na Europa”, afirmou o deputado.
Os dados disponíveis revelam uma “elevadíssima concentração geográfica, que beneficia as economias mais poderosas e está a agravar ainda mais a divergência no interior da União Europeia”. Como exemplo, Pedro Silva Pereira apontou os projetos de investimento em infraestruturas e inovação. “Três Estados-membros concentram quase dois terços do total de investimento apoiado”, destacou.
No entanto, reconheceu o deputado, o Plano Juncker “tem dado, sem dúvida, um contributo positivo para superar o grave défice de investimento que se regista na economia europeia”.
Crise do projeto europeu é uma crise de valores
Intervindo também no debate que teve lugar em Estrasburgo sobre a refundação da Europa, Pedro Silva Pereira considerou que os problemas com que a Europa se confronta estão “muito para lá de umas décimas a mais no défice e na dívida, ou de umas décimas a menos no crescimento”, porque, como salientou, “a crise do projeto europeu é uma crise de valores”.
“Por muitos livros brancos que se façam, se a solidariedade não voltar a bater no coração do ideal europeu, não haverá nem solução para o problema do euro, nem resposta para o problema da divergência económica face às periferias, tal como não haverá uma política humanitária da Europa que responda ao drama dos refugiados”, explicou.
O parlamentar socialista sublinhou que os recentes atos eleitorais na Europa demonstraram que “os cidadãos estão a dizer-nos, democraticamente, que querem dar uma nova oportunidade ao projeto europeu. Está ao nosso alcance dar essa resposta”.
“Só pondo de lado os egoísmos nacionais e retomando o desígnio da solidariedade, entre nós mesmos, parceiros da União Europeia; e com aqueles que, de fora, nos pedem ajuda”, acrescentou Pedro Silva Pereira, “conseguiremos ultrapassar a crise do projeto europeu e merecer a confiança dos cidadãos”.