Plano de vacinação arranca em janeiro para 950 mil pessoas prioritárias
A informação foi hoje divulgada na apresentação do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, no Infarmed, em Lisboa, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e da ministra da Saúde, Marta Temido.
O coordenador do grupo que preparou o plano de vacinação, Francisco Ramos, estimou que nesta primeira fase sejam vacinadas 950 mil pessoas, sendo 250 mil residentes e trabalhadores em lares, instituições similares e unidades de cuidados continuados, 400 mil as pessoas com mais de 50 anos e comorbilidades associadas e 300 mil os profissionais de saúde e de serviços essenciais.
Numa segunda fase será dada prioridade para as pessoas com mais de 65 anos e a pessoas com mais de 50 anos, mas com um leque mais alargado de patologias associadas, como a diabetes, estimando-se que sejam abrangidas mais 2,7 milhões de pessoas.
Toda a restante população será abrangida numa terceira fase, podendo ser definidos um terceiro e quarto grupos prioritários em função do calendário de entrega das vacinas.
Vacinação será desafio difícil e com “imponderabilidades” externas
Na sessão de apresentação, o primeiro-ministro advertiu que o processo de vacinação terá imponderabilidades externas a Portugal, representando também um desafio tão mais complexo quanto maior for o universo de cidadãos a vacinar.
“Há agora uma luz ao fundo do túnel, mas o túnel é ainda muito comprido. Portugal irá adquirir 22 milhões de vacinas, mas essa quantidade de vacinas não chega automaticamente no primeiro dia. Vão chegando escalonadamente e gradualmente ao longo de todo o ano de 2021”, declarou António Costa, sublinhando que o calendário terá de ser suficientemente flexível para poder adaptar-se às “imponderabilidades” externas ao país.
O primeiro-ministro sublinhou que a definição das prioridades na administração da vacina assentou em critérios transparentes e claros, estando na primeira linha os profissionais de serviços essenciais e as populações mais vulneráveis, como os idosos.
“É importante que com toda a transparência sejam definidos os critérios de prioridade na administração da vacina”, declarou António Costa, referindo que os critérios propostos pela comissão para a vacinação “são claros”.
“Em primeiro lugar, vamos proteger quem nos pode proteger, ou seja, os profissionais de saúde, os trabalhadores dos lares, as Forças Armadas e forças de segurança, aqueles que são fundamentais em todos os serviços essenciais”, assinalou, a par “das populações mais vulneráveis, seja por fator etário, seja por comorbidades associadas”.
“É um critério claro, transparente e que todos compreendemos”, defendeu.
Portugal vai adquirir mais de 22 milhões de doses de vacinas (duas doses por pessoa), num investimento que poderá atingir os 200 milhões de euros. A vacina será gratuita para todos os cidadãos e administrada pelo Serviço Nacional de Saúde.