Portugal continua, nesta avaliação de 2022 do grande estudo da OCDE sobre o desempenho dos alunos de 15 anos, “no grupo de países que não se distinguem estatisticamente da média da OCDE, com resultados em linha com a Alemanha, a França, a Noruega, a Espanha, ou os Estados Unidos”, indicou o socialista durante o debate de urgência sobre educação requerido pela Iniciativa Liberal.
Desde o ano 2000, na primeira edição do PISA em que a escola portuguesa participou, “passámos de um grande atraso comparativo para o grupo de países em linha com a média da OCDE”, congratulou-se Porfírio Silva.
E deu alguns exemplos: “Em 2000, em Matemática, Portugal estava 38 pontos abaixo da média da OCDE e 30 pontos abaixo da média da União Europeia, hoje estamos exatamente com os mesmos pontos. Em Leitura, estávamos 23 pontos abaixo da OCDE e 15 abaixo da UE, hoje estamos um ponto acima da OCDE e 8 pontos acima da UE. Em Ciências, estávamos 34 pontos abaixo da OCDE e 25 pontos abaixo da UE, hoje estamos um ponto abaixo da OCDE e três pontos acima da União Europeia”.
Vincando que “o PSD diz que o PS é o responsável por essa situação”, Porfírio Silva confirmou, “com orgulho”, a veracidade das declarações.
Ora, dirigindo-se aos partidos que “parecem não saber que os resultados do PISA 2022 são anómalos a nível global”, o vice-presidente da bancada socialista recordou que, “em 20 anos de PISA, as médias da OCDE em Matemática nunca variaram mais que três pontos de uma edição para a seguinte”. Mas, “desta vez, a média OCDE desceu 16 pontos. Para quem o rigor não interessa nada, isto não importa e dizem que Portugal desceu, como se não soubessem que a descida foi global e que os resultados de Portugal variaram em linha com a variação global”, comentou.
“É claro que houve sempre quem desvalorizasse o enorme desafio que a pandemia significou para todos aqueles que trabalham nas escolas e com as escolas, mas isso só acontece com aqueles que nada têm a ver com o concreto da realidade”, atacou o dirigente socialista.
No final da sua intervenção, Porfírio Silva admitiu que “a condição socioeconómica dos alunos continua a pesar demasiado nas diferenças dos resultados, apesar de alguns sinais positivos na evolução da capacidade da nossa escola para não deixar ninguém para trás”, algo que merece a especial atenção do Partido Socialista.
“É por isso que insistimos em políticas de educação focadas em garantir passo a passo sucesso e acesso igual para todos”, defendeu o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.