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Pensar adiante | Votar

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O sistema de voto está obsoleto. Não corresponde ao modo de vida contemporâneo e sobretudo não utiliza as tecnologias e ferramentas que estão ao nosso dispor. Continuamos a votar num local exclusivo; a verificação da identidade ainda é feita por meio de papéis; a atualização do universo eleitoral não é realizada automaticamente e por isso apresenta enormes discrepâncias.
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Mesmo querendo, para já, manter as atuais mesas de voto é fácil pensar num sistema mais inclusivo, no qual o eleitor pode votar em qualquer mesa, com verificação da identidade por via eletrónica e registo imediato da votação impedindo a fraude. 

As vantagens são evidentes. Em cada dia existem milhares de pessoas que estão em viagem, ou longe da sua residência, ficando impedidas de votar. Mesmo para os que se encontram, no dia das eleições, na sua cidade ou aldeia a possibilidade de votar em qualquer local é certamente muito mais prático.

Por outro lado, o sistema atual ainda assenta em papéis, desde o cartão de eleitor a um de identificação. Isto no tempo do Simplex e dos telemóveis. É razoável que para votar, ato fundador da nossa vivência coletiva, se continue a depender de papelinhos e cadernos escritos à mão, enquanto para comprar qualquer coisa, andar de avião, passar uma fatura ou assinar um contrato, se use o telemóvel?

Não podemos continuar a lamentar a baixa participação e nada fazer para facilitar o voto e modernizar tecnologicamente o sistema eleitoral.

Com esta inércia, arriscamo-nos aliás a saltar dos papéis para o voto eletrónico. A democracia eletrónica é ainda muito polémica, por medo do roubo de identidade, ainda mais porque abre a porta para a democracia direta, mas é inevitável, é uma questão de tempo.