Durante a audição do ministro da Economia na apreciação na especialidade do Orçamento do Estado, na quinta-feira, Hugo Costa comentou ser um “enorme gosto ver o ministro no debate parlamentar, visto andar desaparecido do espaço público e mediático”, e lamentou que não haja medidas concretas para a área da economia.
“Este Ministério é um dos que tem menos peso político no Governo, ou porque centramos sempre o debate nas finanças – como as próprias propostas que o senhor ministro aqui colocou –, ou porque o senhor ministro governa desde abril, mas, além de um programa e de PowerPoint, nada apresenta para resolver os problemas”, referiu.
O coordenador dos deputados do PS na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação comentou que, para “além da demissão da AICEP por questões partidárias”, não se conhecem outras medidas. E explicou ao governante, depois de este ter falado na entrega de uma proposta para a redução gradual do IRC, que “essa proposta foi retirada pelo Governo”.
Hugo Costa recordou, em seguida, que durante os últimos anos foram várias as acusações do PSD ao crescimento económico do Partido Socialista. “Na campanha eleitoral, prometeram um crescimento económico que sempre dissemos que era irrealista. Assim que chegaram ao Governo, reconheceram que ou se enganaram a fazer as fórmulas de Excel, ou martelaram a fórmula econométrica”, sustentou.
O Governo da AD prevê, entre 2025 e 2028, um crescimento médio de 2%. Ora, entre 2016 e 2023, durante a governação do PS, o país cresceu 2,2%, incluindo o ano da pandemia. “Se retirarmos o ano da pandemia, foram 3,5%”, salientou o deputado.
Por isso, para o socialista, Pedro Reis “é o ministro do crescimento económico baixinho”.
Governo reduziu a economia a propaganda
Também o deputado Ricardo Costa deixou críticas à atuação do executivo: “A postura do Governo da Aliança Democrática reduziu a economia a propaganda, fazendo com que mais de metade das medidas económicas do Orçamento para 2025 correspondam a propostas que já existem ou que reforçam as medidas existentes, que reformulam outras, ou que são ainda meras transposições de diretivas”.
O socialista considerou que o Governo é especializado em “comunicação política, quando o país precisa de um Governo de ação política” e, dirigindo-se ao governante, apelou a que não se contente “por ser o ministro do turismo”, porque o país precisa de um “ministro da Economia com propostas originais e efetivas que contribuam para uma economia sofisticada e capaz de produzir bens e serviços mais complexos e competitivos”.
Ricardo Costa deixou depois alguns conselhos ao ministro Pedro Reis, entre eles “considerar vários vetores estruturais através da inovação baseada em ciência e tecnologia, a capacitação dos recursos humanos, o investimento produtivo e considerar os fatores dinâmicos produtivos – a criação e a promoção de marcas nacionais, o desenvolvimento da propriedade intelectual e a internacionalização das nossas empresas”.