Depois de expressar “orgulho” pelos bons resultados alcançados pelos governos socialistas liderados pelo primeiro-ministro, António Costa, ao longo dos últimos oito anos, Pedro Nuno Santos, que falava aos jornalistas, deixou a garantia de que, no futuro Governo liderado pelo PS, não só vai, enquanto primeiro-ministro, “concluir muitos dos projetos iniciados pelo atual executivo”, como “abrir novas frentes dando início a uma nova fase da governação”, insistindo na ideia de que com o PS na liderança do Governo de Portugal “haverá um projeto com um novo impulso e com uma nova energia”.
Ou seja, tratando-se de um projeto que não enjeita o propósito de querer continuar o legado deixado por oito anos de governos socialistas, não deixará, contudo, como assinalou, de olhar também em frente, não vacilando, em nenhum momento, em “avançar com as mudanças políticas necessárias que sejam capazes de contribuir para a resolução dos problemas que o país ainda enfrenta”.
Quanto às teses divisionistas, sobretudo alimentadas pela direita, que quis criar uma divisão fictícia entre radicais e moderados, realidade que no PS não existe, como voltou a garantir, Pedro Nuno Santos afirmou que “radicais são os problemas que o país enfrenta e que precisam de urgente solução”, prometendo apresentar em breve o programa eleitoral do PS com resposta a questões como a “melhoria dos salários, pensões e serviços públicos” e a forma como o futuro Governo socialista pretende “diversificar a economia continuando a manter o equilíbrio saudável das finanças públicas”.
“Um grande combate a esta direita”
Sobre a reação confusa e por vezes desconexa do líder do PSD sobre a sua eleição para Secretário-Geral do PS, Pedro Nuno Santos disse não ter dúvidas de que a sua eleição contraria o que a direita gostava que tivesse acontecido, insistindo “não ser o líder do PS que a direita gostava de ter”. Voltou depois a garantir que o PS fará “um grande combate” à direita para ganhar as eleições legislativas do dia 10 de março.
Quanto ao papel que espera que António Costa possa vir a ter no partido, Pedro Nuno Santos voltou a lembrar que o atual primeiro-ministro “tem e terá sempre” o seu espaço em aberto no PS, assegurando que espera “continuar a contar com o seu contributo”, mostrando “reconhecimento e gratidão” para com o trabalho de António Costa.
Continuidade com “nova energia”
Falando também aos jornalistas, António Costa disse esperar que a liderança de Pedro Nuno Santos “mantenha a continuidade”, sem deixar de ter “uma nova energia com novos impulsos”, lembrando que, concluído o processo das eleições internas, outro se abre para que “unidos possamos garantir que a partir de 10 de março haverá a continuidade daquilo que tem sido o bom ciclo de governação do PS”.
Nove anos depois de ter sido eleito Secretário-Geral do PS, António Costa reafirmou manter toda a disponibilidade, “agora como militante de base, para o que for útil para o futuro do partido”, garantindo total empenhamento em “concluir a sua missão, até haver novo Governo”.
O também primeiro-ministro lembrou ainda que o novo líder do PS dispõe já das condições e dos dados objetivos que lhe permitem poder apresentar-se às eleições legislativas com o conhecimento e o balanço que os portugueses fazem da governação do PS destes últimos oito anos, dispondo igualmente, como também salientou, do “necessário distanciamento para perceber o que é que se pode fazer melhor”.
Lembrou as políticas levadas a cabo ao longo dos últimos anos pelos governos do PS, com a economia portuguesa a apresentar níveis de crescimento económico, algo que não se verificava há várias décadas, mas também no “aumento do emprego, nas contas certas, nas exportações e no crescimento do PIB”, afirmando não ter dúvidas de que, sob a liderança de Pedro Nuno Santos, o futuro Governo socialista será capaz de fazer “mais e melhor”, insistindo na ideia de que o novo líder tem “provas dadas na boa governação económica”, alguém que é “experiente à frente da governação e capaz de fazer pontes com os partidos do campo democrático”.
Quanto a comparações, sempre inevitáveis nestas ocasiões, António Costa sustentou que Pedro Nuno Santos ultrapassa em experiência política o atual líder do PSD, garantindo mesmo haver uma “gigantesca diferença” entre ambos e que o PS “está mais unido do que o PSD ao fim de vários anos já de liderança de Montenegro”.
Deixou ainda uma palavra para José Luís Carneiro, considerando que obteve um “resultado expressivo”, que veio uma vez mais provar “a pluralidade do PS”, um partido, como salientou, que é capaz de apresentar “um leque tão vasto de pessoas, de perspetivas de vida dentro da esquerda democrática até ao centro democrático”, no fundo “a área que é o espaço essencial de confluência do PS e a sua grande força”.